quinta-feira, 21 de março de 2013

"Em grego existem duas palavras para dizer "vida": "biós" e "zoé"

"Em grego existem duas palavras para dizer "vida": "biós" e "zoé". "Biós" é uma das formas possíveis da vida integral. Foi criada a partir da diversificação das espécies e da individuação de membros no interior de cada espécie. "Biós" está no reino da individualidade e da diversidade. "Zoé" é a vida que nos atravessa a todos. A nossa singularidade biológica é apenas uma das possíveis manifestações de "zoé". Nas suas fases mais imaturas, o nosso pequeno eu aferra-se à vida à custa de exterminar outras formas de existência. Crescer em consciência significa perceber que todos participamos da mesma vida (zoé) que apareceu na terra e que transcende o próprio planeta. Quando ficamos reduzidos à nossa dimensão "biológica" individual, apenas lutamos pela nossa sobrevivência - pessoal ou grupal, que não é mais do que a extensão do nosso ego - , esquecendo que a nossa existência individual e de espécie participa de uma realidade e de um dom muito maiores que procedem de um fundo multiforme, transtemporal e infinito cujas manifestações somos chamados a venerar, cuidar e servir, em vez de possuir, dominar ou submeter"

- Javier Melloni, Hacia un Tiempo de Síntesis, Barcelona, Fragmenta Editorial, 2011, p.222.

terça-feira, 19 de março de 2013

Colóquio "A Renascença Portuguesa, 100 anos depois" - 20.03.2013

Colóquio "A Renascença Portuguesa, 100 anos depois"

Universidade de Évora, Colégio do Espírito Santo, Sala 124

Coordenação Científica: António Cândido Franco e João Príncipe

10h- 10h30 Manuel Ferreira Patrício: introdução geral

10h45 – 11h15 António Cândido Franco : O mito na criação poética de Teixeira de Pascoaes e a fundação da Renascença Portuguesa

11h15 – 11h45 João Príncipe: Sobre as inspirações estrangeiras para o pensamento de António Sérgio

11h45 – 12h15 Casimiro Amado : O(s) problema(s) da educação nas páginas de A Vida Portuguesa (1912-1915)

12h15 - 12h45 Manuel Cândido Pimentel: Leonardo Coimbra na RP

Almoço

14h00 – 14h30 Norberto Cunha: O binómio Tradição e Progresso na Renasçença Portuguesa

14h30 – 15h00 António Braz Teixeira: A Renascença Portuguesa, movimento pural

15h00 – 15h30 Paulo Borges: A ideia de Renascença Portuguesa em Teixeira de Pascoaes

15h30 – 16h00 António Ventura: O memorialismo na Renasçença Portuguesa.

16h15 – 16h45 Jorge Rivera: A terceira geração renascente

16h45 – 17h15 Jorge Leandro Rosa: A RP, movimento cultural

17h15 – 17h40 Discussão final

"(...) calados os ruídos do ego, ouve-se a voz dos sem-voz"

"No saber escutar despertam-se aspectos subversivos, porque, calados os ruídos do ego, ouve-se a voz dos sem-voz, o que torna lúcidos e compassivos os seres silenciosos"

- Javier Melloni, Hacia un Tiempo de Síntesis, Barcelona, Fragmenta Editorial, 2011, p.195. 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Os 5 Treinos da Atenção Plena (adaptados da Order of Inter-Being, fundada por Thich Nhat Hanh)

Os 5 Treinos da Atenção Plena (adaptados da Order of Inter-Being, fundada por Thich Nhat Hanh)

Os Cinco Treinos da Atenção Plena são a base do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética, e representam um contributo para uma ética e espiritualidade globais, que aponta uma via susceptível de ser percorrida por todos, religiosos de todas as religiões, ateus e agnósticos.

1 – Reverência pela Vida

Consciente do sofrimento causado pela destruição da vida, empenho-me em cultivar a visão do entre-ser e da compaixão e em proteger as vidas de homens e animais, bem como as plantas e minerais, respeitando os elementos e a natureza. Estou determinada/o a não matar, não contribuir para que outros matem e, se possível, não deixar outros matar, bem como a não cometer ou apoiar qualquer acto de violência e assassínio, seja no meu pensamento ou no meu modo de vida. Abster-me-ei de consumir, ou reduzirei progressivamente o consumo, da carne dos seres sencientes. Vendo que as acções nocivas procedem do medo, da cólera, da avidez e da intolerância, os quais por sua vez vêm da ignorância e do pensamento dualista e discriminativo, cultivarei abertura, não-discriminação e não-apego às visões conceptuais - religiosas, filosóficas, ideológicas ou outras - , a fim de superar e transformar o dogmatismo, o fanatismo, o fundamentalismo e a violência em mim mesma/o e no mundo. Ao praticar isto, não me verei como superior e não desprezarei aqueles que ainda o não praticam, considerando-os com compreensão, amor e compaixão.

2 – Verdadeira Felicidade

Consciente do sofrimento causado pela exploração, injustiça social, roubo e opressão, empenho-me em praticar a generosidade no pensar, falar e agir. Estou determinada/o a não roubar e a não possuir nada que deva pertencer aos outros e partilharei o meu tempo, energia e recursos materiais com os necessitados. Praticarei a contemplação profunda para ver que a felicidade e o sofrimento dos outros não estão separados da minha própria felicidade e sofrimento, que a verdadeira felicidade não é possível sem compreensão e compaixão e que correr atrás de riqueza, fama, poder e prazeres sensuais pode trazer muito sofrimento e desespero, não garantindo nada de real e permanente e fazendo perder tempo precioso para a verdadeira evolução. Estou consciente de que a felicidade depende da minha atitude mental e não de condições externas e de que posso viver com alegria a cada instante recordando simplesmente que já tenho mais do que o suficiente para ser feliz. Estou empenhada/o em praticar um correcto modo de vida a fim de ajudar a reduzir o sofrimento dos seres sencientes na Terra e a reverter o processo de destruição da biodiversidade e dos recursos naturais, da poluição e das alterações climáticas. Ao praticar isto, não me verei como superior e não desprezarei aqueles que ainda o não praticam, considerando-os com compreensão, amor e compaixão.

3 – Verdadeiro Amor

Consciente do sofrimento causado pelo comportamento sexual negativo, empenho-me em cultivar a responsabilidade e em proteger a segurança e integridade de indivíduos, casais, famílias e sociedade. Sabendo que o desejo sexual não é amor e que a actividade sexual motivada pela carência e pelo desejo-apego insaciável prejudica sempre a mim e aos outros, estou determinada/o a não me envolver em relações sexuais sem verdadeiro amor e um profundo e duradouro compromisso ético. Farei tudo o que puder para proteger as crianças do abuso sexual e para impedir que casais e famílias sejam desfeitos pelo comportamento sexual negativo. Vendo que o corpo e a mente são um só, empenho-me em aprender modos apropriados de cuidar da minha energia sexual, pondo-a ao serviço do despertar da consciência, e em cultivar bondade, compaixão, alegria e equanimidade – os quatro elementos fundamentais do verdadeiro amor – para minha maior felicidade e dos outros. Ao praticar isto, não me verei como superior e não desprezarei aqueles que ainda o não praticam, considerando-os com compreensão, amor e compaixão.

4 – Escuta Profunda e Discurso Afectuoso

Consciente do sofrimento causado por palavras desatentas e pela incapacidade de escutar os outros, empenho-me em cultivar uma escuta profunda e um discurso afectuoso a fim de aliviar o sofrimento e promover a reconciliação e a paz em mim e entre outras pessoas, nações, grupos étnicos e religiosos. Sabendo que as palavras podem criar felicidade ou sofrimento, empenho-me em falar com verdade usando palavras que inspirem confiança, alegria e esperança. Quando a cólera se manifestar, estou determinado a não falar. Praticarei o respirar e caminhar plenamente atentos a fim de reconhecer e contemplar profundamente a cólera. Sei que as suas raízes podem ser encontradas nas minhas percepções erróneas e na falta de compreensão do sofrimento em mim e nos outros. Escutarei e falarei de um modo que possa ajudar a mim e aos outros a transformar o sofrimento e a ver a saída de situações difíceis. Estou determinada/o a não espalhar notícias que não saiba serem certas ou benéficas e a não proferir palavras que possam causar divisão ou discórdia. Empenho-me também em não fomentar distracções, emoções negativas e perda de tempo com conversas fúteis. Praticarei a correcta diligência para nutrir a minha capacidade de compreensão, amor, compaixão, alegria e equanimidade e transformar gradualmente o medo, a cólera, o apego e a violência que residam no fundo da minha consciência. Ao praticar isto, não me verei como superior e não desprezarei aqueles que ainda o não praticam, considerando-os com compreensão, amor e compaixão.

5 - Nutrição e Cura

Consciente do sofrimento causado pelo consumo desatento, empenho-me em cultivar uma boa saúde, física e mental, para mim, a minha família e sociedade, praticando um comer, beber e consumir plenamente atentos. Praticarei o contemplar profundamente o modo como consumo as quatro espécies de nutrientes, nomeadamente alimentos comestíveis, impressões sensoriais, volições e estados de consciência. Estou determinada/o a não jogar a dinheiro e a não usar ou a reduzir progressivamente o uso de substâncias que lesem a mente e o corpo, como drogas, tabaco, álcool (pelo menos em excesso) ou quaisquer outros produtos que induzam toxinas mentais, como certos sítios na net, jogos electrónicos, programas de televisão, filmes, revistas, livros e conversas. Praticarei o regressar ao instante presente para estar em contacto com os elementos refrescantes, curativos e nutrientes em mim e ao meu redor, não deixando que pesares e tristeza me arrastem para o passado nem que ansiedades, medo ou desejo ávido me arranquem do aqui e agora. Estou determinada/o a não tentar encobrir a solidão, a ansiedade ou outro sofrimento perdendo-me no consumo. Contemplarei o entre-ser e consumirei de um modo que preserve a paz, a alegria e o bem-estar no meu corpo e consciência, bem como no corpo e consciência colectivos da minha família e sociedade, dos seres sencientes e da Terra. Ao praticar isto, não me verei como superior e não desprezarei aqueles que ainda o não praticam, considerando-os com compreensão, amor e compaixão.

quarta-feira, 13 de março de 2013

O "pós-modernismo de oposição" de Boaventura de Sousa Santos

“Esta caracterização, necessariamente incompleta, permite identificar as principais diferenças em relação à concepção de pós-modernismo de oposição que tenho vindo a defender. Em vez da renúncia a projectos colectivos, proponho a pluralidade de projectos colectivos articulados de modo não hierárquico por procedimentos de tradução que se substituem à formulação de uma teoria geral de transformação social. Em vez da celebração do fim da utopia, proponho utopias realistas, plurais e críticas. Em vez da renúncia à emancipação social, proponho a sua reinvenção. Em vez da melancolia, proponho o optimismo trágico. Em vez do relativismo, proponho a pluralidade e a construção de uma ética a partir de baixo. Em vez da desconstrução, proponho uma teoria crítica pós-moderna, profundamente auto-reflexiva mas imune à obsessão de desconstruir a própria resistência que ela funda. Em vez do fim da política, proponho a criação de subjectividades transgressivas pela promoção da passagem da acção conformista à acção rebelde. Em vez do sincretismo acrítico, proponho a mestiçagem ou a hibridação com a consciência das relações de poder que nela intervêm, ou seja, com a investigação de quem híbrida quem, o quê, em que contextos e com que objectivos”

- Boaventura de Sousa Santos, A Gramática do Tempo. Para uma nova cultura política, Porto, Edições Afrontamento, 2010, 2ª edição, p.27.



“O olhar que chamamos oriental aceita que cada fenómeno contenha múltiplas perspectivas"



“O olhar que chamamos oriental aceita que cada fenómeno contenha múltiplas perspectivas. Um bosque é visto de modo muito diferente por um lenhador, um excursionista, alguém que procure cogumelos, um caçador, um místico, um poeta ou um especulador de terrenos. O bosque é o mesmo, porém a percepção de cada um está radicalmente condicionada pela sua aproximação intencional e cognitiva. Não tem sentido discutir-se sobre quem tem razão. Todas as perspectivas são adequadas, mas nenhuma esgota as possibilidades do bosque, que contém ainda muitos mais ângulos de percepção, como são, entre outros, os da multidão de animais que vivem nele, para os quais o bosque adquire outras formas e significados”

- Javier Melloni, Hacia un Tiempo de Síntesis, Barcelona, Fragmenta Editorial, 2011, p.91.

segunda-feira, 11 de março de 2013

“[…] tanto na religião como no amor, o crente aspirará a uma beatitude sem limites"



“[…] tanto na religião como no amor, o crente aspirará a uma beatitude sem limites; devora-o uma apetência de imortalidade, queima-o uma ânsia de fusão total unificadora, de transformação ou liquefacção do amante no amado.

Ambos os amorosos vivem alheios de si próprios, “mortos” para eles mesmos porque “vivos” respectivamente um no outro. O amor religioso acompanha-se dos mesmos sacrifícios ascéticos que o amor profano, e crepita nos mesmos transportes extáticos. A expressão verbal ou literária dum é a expressão verbal ou literária do outro”

- Sílvio Lima, O Amor Místico (noção e valor da experiência religiosa) (1935), in Obras Completas, I, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2002, pp.558-559.

Oriente e Ocidente

“A minha alma enche-se de alegria quando as torrentes de ideais que fluem de Oriente e Ocidente mesclam o seu rumor numa profunda harmonia de sentido”

- Rabindranath Tagore


domingo, 10 de março de 2013

“Quiçás o paradoxo mais radical do diálogo inter-religioso seja ter que se ir despojados da pretensão de absoluto do Absoluto que se proclama"

“Quiçás o paradoxo mais radical do diálogo inter-religioso seja ter que se ir despojados da pretensão de absoluto do Absoluto que se proclama. Se não for assim, cada grupo chega como idólatra, havendo confundido a Ultimidade com a imagem que nos fazemos dela, à qual não queremos, não podemos ou não sabemos renunciar. O diálogo inter-religioso põe a manifesto o absurdo de querer apossar-se do Fundo que funda o real. Se não se chega despojado ao diálogo, apenas se é portador de si mesmo: das próprias seguranças e ideologia ou, simplesmente, dos próprios hábitos, costumes ou obsessões”

- Javier Melloni, Hacia un Tiempo de Síntesis, Barcelona, Fragmenta Editorial, 2011, p.67.


"[...] o despertar progressivo da consciência para o Todo do qual formamos parte"



“Porque, acima das subtradições, há uma tradição compartilhada por toda a humanidade: o despertar progressivo da consciência para o Todo do qual formamos parte, quer o compreendamos segundo categorias personalistas, transpessoais ou impessoais”

- Javier Melloni, Hacia un Tiempo de Síntesis, Barcelona, Fragmenta Editorial, 2011, p.56.

"[...] a Saudade é irmã da Eternidade”



“Pois tudo, tudo há-de passar, enfim.
O homem, o próprio mundo passará,
Mas a Saudade é irmã da Eternidade”

- Teixeira de Pascoaes, “Marânus”, 1911.


sábado, 9 de março de 2013

"Nestes tempos de incerteza, confusão e descrença nas possibilidades do ser humano..."

Nestes tempos de incerteza, confusão e descrença nas possibilidades do ser humano, faz bem recordar que temos em nós a mesma humanidade, o mesmo corpo, o mesmo sangue e a mesma alma dos grandes sábios, santos, mestres, visionários e heróis éticos da humanidade, como os rishis védicos, os profetas hebreus, Mahavira, Buda Gautama, Confúcio, Lao Tsé, Sócrates, Jesus Cristo, Rumi, São Francisco de Assis, Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Simone Weil, Agostinho da Silva, Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama, Vandana Shiva e tantos outros célebres ou anónimos homens e mulheres que não desistiram de se esforçar pelo despertar, a virtude e a perfeição pelo bem de todos. Faz bem recordar que somos herdeiros do seu exemplo e da sua mensagem e que o espírito e o coração que neles se abriram são o nosso próprio espírito e coração. Faz bem recordar que a humanidade tem uma infinita capacidade de dar à luz estes rebentos, flores e frutos e não apenas ditadores e generais sanguinários, presidentes, ministros e juízes corruptos, especuladores financeiros, administradores gananciosos, deputados medíocres, assassinos, violadores, traficantes de droga, toureiros, multidões alienadas e consumidores inconscientes e ávidos de animais e de produtos obtidos à custa do trabalho escravo de homens, mulheres e crianças (mas faz também bem e é fundamental recordar que todos estes têm em si as mesmas potencialidades que os melhores filhos da humanidade e podem a cada instante mudar e ser os sábios, santos, mestres e heróis de amanhã). Faz bem recordar que mulheres e homens exemplares ou a caminho de o ser existiram, existem e existirão, que fizeram, fazem e farão sua a diferença que queriam, querem e quererão ver no mundo, sem se deterem a pensar se será utopia caminhar rumo à plenitude da consciência e da vida. Faz bem e dá uma infinita energia pensar e sentir que dia a dia podemos fazer nosso o seu caminho e, acima de tudo, colocar efectivamente os pés no mais ínfimo rasto dos seus passos.

"[...] como esquecer que a Saudade segundo Pascoaes é a quinta-essência do erotismo?"

“Desta «Divina Saudade», menos entidade «metafísica» de nebuloso sentido que «Eva toda em flor – como esquecer que a Saudade segundo Pascoaes é a quinta-essência do erotismo? - , será o poema Marânus a epopeia elegíaca ou o romance metafísico e bucólico, hino incomparável à beleza terrestre confrontada com o tempo e a morte e vencendo-os do interior pela aspiração infinita de que é símbolo para o amante que a contempla, a cria e por ela é criado. […] Não há na nossa literatura poema mais perturbador e incandescente, poema do Desejo como forma da existência buscando desde a Origem novas formas para se encarnar em vão e nessa busca criando o que não existe e por fim o verbo escuro em que se redime da sua própria insatisfação. É a esse verbo escuro que Pascoaes chamou com nome nosso imemorial Saudade, pondo nele nova substância, a do mesmo Desejo transfigurado pela consciência da sua imperfeição divinamente criadora. Nunca esse verbo escuro resplandeceu nas trevas com mais luminosa evidência que nas páginas, hoje ainda como ocultas, deste canto único onde o Inferno e o Paraíso de que somos feitos misturam o seu fogo e a sua água eternos”

- Eduardo Lourenço, prefácio a Teixeira de Pascoaes, Marânus, Lisboa, Assírio & Alvim, 1990, p.XII.


quarta-feira, 6 de março de 2013

“Se eu soubesse de algo que fosse útil a mim., mas prejudicial..."

“Se soubesse de algo que fosse útil a mim, mas prejudicial à minha família, rejeitá-lo-ia da minha mente. Se soubesse de algo útil à minha família, mas não à minha pátria, procuraria esquecê-lo. Se soubesse de algo útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou então útil à Europa, mas prejudicial ao Género humano, consideraria isto como um crime”

- Montesquieu

Nós acrescentamos: se soubesse de algo útil ao género humano, mas prejudicial aos demais seres vivos e à Terra, consideraria isso uma ilusão.


segunda-feira, 4 de março de 2013

As nossas sociedades carecem urgentemente de mais energia feminina nos lugares de decisão

As nossas sociedades carecem urgentemente de mais energia feminina nos lugares de decisão, no que respeita a esta capacidade de amor, carinho e compaixão incondicionais, ampliada a todos os seres.

“Nas línguas semíticas, a palavra para compaixão (rahamanut, em hebreu pós-bíblico, e rahma, em árabe), está etimologicamente relacionada com rehem/RHM (útero). O ícone da mãe com o filho é uma expressão arquetípica do amor humano. Evoca a afeição maternal que, com toda a probabilidade, fez nascer a nossa capacidade de sermos incondicionalmente altruístas. Esta experiência de ensinar, guiar, cuidar, proteger e alimentar os descendentes pode ter ensinado os homens e mulheres a cuidar de outras pessoas para além da sua própria família, desenvolvendo uma preocupação que não era baseada em calculismo frio, mas imbuída de afeição. Nós, os seres humanos, somos mais radicalmente dependentes do amor do que quaisquer outras espécies. Os nossos cérebros evoluíram para acarinhar e para precisar de carinho – de tal forma que ficam desamparados quando lhes falta este cuidado”

- Karen Armstrong, Doze passos para uma vida solidária, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2011, p.25.

- ethel feldman

- ethel feldman

domingo, 3 de março de 2013

"A maioria dos homens, com efeito, anseia por dominar um grande número dos seus semelhantes" - Aristóteles

pensando acrescer assim consideravelmente os bens que recebe da fortuna"

- Aristóteles, Política, 1333b, 16-17.

"Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos"

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»

- Thomas Jefferson, 1806

sábado, 2 de março de 2013

Programa do Diálogos com a Ciência IV - O Eu e o Nós em Sociedade

A quarta edição dos Diálogos com a Ciência, cujo comissário é Vicente Ferreira da Silva, e cujo tema geral é o Eu e o Nós em Sociedade, começa já na próxima quinta-feira, 7 de Março, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, às 21:30, e decorrerá até 8 de Maio.

7 Mar – Paulo Morais e Paulo Borges

21 Mar – António Tavares, Rui Moreira

4 Abr – Frei Fernando Ventura e Luísa Malato

18 Abr – Carlos Miguel Sousa e Victor Bento

8 Maio – Rodrigues do Carmo, Garcia Leandro e Bispo do Porto

Entrada livre!

"O governo é e deve ser instituído para comum benefício, protecção e segurança do povo, nação ou comunidade"

“3. O governo é e deve ser instituído para comum benefício, protecção e segurança do povo, nação ou comunidade. De todas as formas de governo, a melhor é aquela capaz de produzir o maior grau de felicidade e segurança, e a que mais efectivamente ofereça garantia contra o perigo da má administração. Sempre que algum governo for considerado inepto ou contrário a esses fins, a maioria da comunidade tem o direito indubitável, inalienável e irrevogável de reformá-lo, modificá-lo ou aboli-lo, da maneira que julgar mais proveitosa ao bem-estar geral”

- Declaração de Direitos (Bill of Rights) da Virgínia, votada em 12 de Junho de 1776.