[…] Não há hoje no mundo nenhuma crise real de ciência ou de técnica, de política ou de moral, de pedagogia ou de arte. Tudo vem como aspecto ou como projecção de uma crise de pensamento filosófico: a multidão de fenómenos, materiais e espirituais, excedeu as disponibilidades do homem pensante, habituado a sistemas do real, quanto agora se lhe abrem as exigências de concatenar, num todo único e vivido, o real e o possível; habituado a ser apenas filósofo ou apenas místico quando tem que se virar agora a ser simultaneamente místico e filósofo, com a agravante de que, se era místico de uma só religião ou filósofo de uma só filosofia, tem hoje de encarar o ser místico de todas as religiões e filósofo de todas as filosofias"
- Agostinho da Silva, “Vicente: filosofia e vida” [1972], in Textos e Ensaios Filosóficos II, p. 279 [texto sobre o seu amigo e filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva].
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