Lembrando José Ralha,
um dos que aqui está, ainda que nos não veja.
um dos que aqui está, ainda que nos não veja.
“Fernando de Pessoa”, de José Ralha (1985)
Ainda a vida
A José Ralha,
poeta do, olhando, olhar alma
In’pressiona, digi’tal, a bravura da grã
cerimónia à flor do elmo e d’armadura
– entre portas segredadas da alma
e aquela antimónia janela do corpo
que é véspera intérmina da batalha.
Alquímica, mercuriando a arte dos filósofos
plasma o artista nas cores, elementos
curiais de Amor, seu Senhor:
ofício maior da vida (morgano fado)
fechado a sete chaves por Maria.
Esperante do régio princípio
no retábulo da Pátria, o príncipe
de todos beija o todo em cada um
que sonha que não sonha: qual
metálica vigia do carro do triunfo.
Ao céu aberto da serrania do mundo,
no monte da lua, Cintra beija
ao fogo do secreto gotejo,
em amor perfeito, a tristeza álacre
e sacral do magno mistério -
Portugal: cerimonial de ciprestes d’algo.
* Poema inscrito no Livro de Honra por Donis de Frol Guilhade, aquando da exposição de José Ralha na Galeria Hexalfa, patente entre 4 de Maio e 5 de Junho de 2000, mostra subordinada ao tema “Da Divina Proporção”.
Até já, Mano!
2 comentários:
Junto-me, em oração silenciosa, à evocação do Irmão Zé Ralha. Que repouse na Luz!
São doze as faces do dodecaedro sobre o qual a folha em branco repousa. O sólido de Platão dos cinco pontos do Homem... Ao lado, o Graal de Magdala, Santo Espírito do Sangue Real... Como se fossem doze as faces dos que buscam o que a só Um é dado... em Espírito imaterial, Pomba.
O rosto tranquilo do poeta é a imagem que gostamos. A de repousado e tranquilo adormecer na Luz. Silenciamos.
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