sexta-feira, 27 de abril de 2012

Jorge Salgueiro & Risoleta Pedro - Conquista-me



"Conquista-me" (do projecto "Canções eróticas"); música de Jorge Salgueiro com poema de Risoleta Pinto Pedro

Interpretado por "Negros de Luz", in: DEZ ANOS DE INQUIETAÇÃO

Vozes:

Soprano- Filipa Lourenço

Contralto- Paula Pradas

Tenor- Tiago Bastos

Baixo- Carlos Cóias

Cordas:

Violinos- António Barbosa e Paulo Viana

Violeta: Ricardo Mateus

Violoncelo: Carlos Faria

Contrabaixo: Alexandre Carvalho

Piano: Óscar Mourão

Percussão: José Carinhas

Direcção: Jorge Salgueiro

Gravado por Fernando Nunes nos Estúdios Pé de Vento em 2003


CONQUISTA-ME
Risoleta Pinto Pedro

Hoje sonhei com lilases

No teu corpo

Suspensos

Em mim

Na pele

corriam as cores

E na face

Um riso de jasmim

Hoje eu sonhei

que sonhava

e no sonho

dizia:

"Vem doce jardineiro

ao teu jardim"

Abro p'ra ti minha flor

Borboleta ousada entrando

Em mim

Suspendo sobre as casas

Minhas asas cheirando a alecrim

Banho-me em profundo mel

Carrocel de mãos alisando

Um corpo

Que o sonho

Diz meu

Sonho-te

e estás em mim

jardineiro e jardim

um ao outro deleitando

Banhando-te com as flores

Dos amores saindo de teu peito

REFRÃO

Conquista-me

Contorna-me

Aprofunda-te

Em mim.

Apetece-me

Tua pele

Saboreio-te

Levemente

E és anis.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

Retrato 3/4

no meu retrato
três por quatro
viajo ao passado
aquela sou eu
ainda criança
de copo na mão
na festa da escola
lembras desta?
teu corpo no meu
antes da despedida
tantas vezes partimos
quantas vezes beijei-te
e não fotografei?
na parede o retrato
emoldura o passado
nos meus lábios
um ar morno e doce
indica o presente
onde tudo acontece
enquanto respiro
a caminho do fim
vislumbro o começo
em cada intervalo
morro e nasço
outra vez

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Curso sobre Agostinho da Silva na FNAC/Chiado, em Lisboa (novas datas)



Ciclo Agostinho da Silva
Fnac Chiado (18 Abril a 18 de Maio)

18 Abril: Rui Lopo. As “obras de Agostinho da Silva” em confronto com o espólio

26 Abril: Duarte D. Braga. Os projectos de divulgação cultural de Agostinho da Silva

27 Abril: Maurícia Teles. "Agostinho da Silva, além de Poeta...Poema"

3 Maio: Dirk Hennrich "Um Agostinho da Silva: As "Sete Cartas a um Jovem Filósofo" como autobiografia ficcional."

4 de Maio: Renato Epifânio "A reflexão de Agostinho da Silva sobre Portugal e a Lusofonia"

18 Maio: Paulo Borges. Agostinho da Silva e o encontro inter-religioso

Organização: FNAC / Associação Agostinho da Silva

quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Necessitamos desesperadamente de algo diferente"



“As incríveis e avassaladoras mudanças do final do século XX e do início do século XXI obrigaram a alterações dramáticas e, por vezes, revolucionárias, em quase todos os campos da actividade humana – excepto um: a política. Naquele que é um dos fóruns mais cruciais, as instituições e os hábitos adquiridos em vários momentos anteriores têm perdurado, mesmo à medida que a sua eficácia se vai revelando cada vez menos evidente. Por outro lado, vão-se acumulando as provas de que estes organismos e regras herdados são cada vez mais incapazes de compreender e arbitrar as forças que agora giram à nossa volta.
Necessitamos desesperadamente de algo diferente”
- Carne Ross, A Revolução Sem Líder, Lisboa, Bertrand, 2012, p.27.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

E Deus criou a Terra e Monsanto veio e estragou-a e roubou-a toda

Num planeta assim, não vale a pena viver.
Num planeta assim, não é possivel viver.
Ficção científica no seu mais tenebroso enquadramento. Impossivel ignorar, porque ainda vamos a tempo de impedir.
Mas temos de ser TODOS. Repito; TODOS.
Um artigo fundamental, assinado por Daniel Deusdado, explica o que se está a passar:
A ditadura chegou ao campo - JN

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Curso sobre Agostinho da SIlva na FNAC CHIADO




Organização de Associação Agostinho da Silva e FNAC

Fnac Chiado (18 Abril a 4 de Maio, às 18h30)

18 de Abril: Rui Lopo. As “obras de Agostinho da Silva” em confronto com o espólio
20 de Abril: Paulo Borges. "Agostinho da Silva e o encontro inter-religioso"
26 de Abril: Duarte D. Braga. Os projectos de divulgação cultural de Agostinho da Silva
27 de Abril: Maurícia Teles. "Agostinho da Silva, além de Poeta...Poema"
3 Maio: Dirk Hennrich. "Um Agostinho da Silva: As "Sete Cartas a um Jovem Filósofo" como autobiografia ficcional."
4 de Maio: Renato Epifânio. "A reflexão de Agostinho da Silva sobre Portugal e a Lusofonia"

quarta-feira, 11 de abril de 2012

não chores, sabiá
a noite é quase dia
e voltas a cantar

descansa agora
a vida pede silêncio
até o sol raiar

quinta-feira, 5 de abril de 2012

o menino sem asas
voa sem dizer adeus
grato
pelas asas que Deus não deu

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Carta de Agostinho da Silva

Amigos, Vivam Todos!


Tão boa que está a Hora, agora.

Antes de mais, digo-vos que o Miguel Real não pode vir ao jantar, porque teve de ir noutro lugar.

Amem.

Passaram 18 anos que vos deixei, e me livrei, corria então um terno Domingo de Páscoa.

Por aqui tudo isto é muito mais. Muitos coros celestiais. Sempre.

ENTRE o Paráclito tudo se vai passando, não passando, como num circo. Movimentam-se os pés por cima das esferas e a música acontece. Eu me explico tanto quanto posso.

Não há Banco Mundial, nem tão pouco Fundo Monetário Internacional. A Troika aqui é outra. Não há necessidade de investir para lucrar. Basta Ser.

Também não há escolas, embora ande todo o mundo a estudar. As crianças já antes da tenra idade aprenderam a voar.

Não há Hospitais. Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Aqui ninguém dorme e anda sempre toda a gente a dormir. Às vezes temos gosto em conversar um pouco, desconversando. As palavras são tantas como um rio de silêncios, e o silêncio é uma regra de ouro.

Amem.

Já MIL vezes que vos disse que não temos nada a dizer. Também para quê se o nosso Império é de serviço e de amor. Aqui, que é aí, todos cabem em partes iguais, o “sem abrigo” e o inimigo, o artista e o cientista, as canções e as orações. Mas sem dúvida que somos muito dados à filosofia.

Temos apreciado a ESCOLA ABERTA AMARELA e o ESTUDO GERAL.

Criámos um novo método de ensinar onde não é preciso quantificar as aprendizagens. Como é sabido aprende-se muito desaprendendo. Também andámos por lá na Livraria UNI VERSO, em Setúbal.

A Maurícia manda um abraço.

É claro que aqui já não é “a Hora” de coisa nenhuma. E cá vos espero.

Amem.

O irmão servidor,
Agostinho da Silva

(Carta lida em Jantar de Confraternização "Recordando Agostinho da Silva" no Restaurante "Os Arcos", em Alhos Vedros, dezoito anos depois do desaparecimento físico do Professor).
Durante a tempestade
a chuva afogou-se no oceano
e o peixe largou o isco
Na minha terra todos gostam de circo.
A notícia acontece quando o elefante enlouquece.
O bailarino cantou a morte do cisne num grito sem som.
Esticou-se no palco.
O cisne dançou a morte de quem o cantou.

Se me vires chorar, não te assustes, a lágrima é doce e me faz cantar.
Quando a saudade se entranhar no meu corpo, farei dela minha companheira, como se fosses tu a ocupar-me inteira.
Se a dor parecer tamanha, descobrirei nela a felicidade.
No fim da noite abrigarei o dia.