quarta-feira, 4 de abril de 2012

Carta de Agostinho da Silva

Amigos, Vivam Todos!


Tão boa que está a Hora, agora.

Antes de mais, digo-vos que o Miguel Real não pode vir ao jantar, porque teve de ir noutro lugar.

Amem.

Passaram 18 anos que vos deixei, e me livrei, corria então um terno Domingo de Páscoa.

Por aqui tudo isto é muito mais. Muitos coros celestiais. Sempre.

ENTRE o Paráclito tudo se vai passando, não passando, como num circo. Movimentam-se os pés por cima das esferas e a música acontece. Eu me explico tanto quanto posso.

Não há Banco Mundial, nem tão pouco Fundo Monetário Internacional. A Troika aqui é outra. Não há necessidade de investir para lucrar. Basta Ser.

Também não há escolas, embora ande todo o mundo a estudar. As crianças já antes da tenra idade aprenderam a voar.

Não há Hospitais. Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Aqui ninguém dorme e anda sempre toda a gente a dormir. Às vezes temos gosto em conversar um pouco, desconversando. As palavras são tantas como um rio de silêncios, e o silêncio é uma regra de ouro.

Amem.

Já MIL vezes que vos disse que não temos nada a dizer. Também para quê se o nosso Império é de serviço e de amor. Aqui, que é aí, todos cabem em partes iguais, o “sem abrigo” e o inimigo, o artista e o cientista, as canções e as orações. Mas sem dúvida que somos muito dados à filosofia.

Temos apreciado a ESCOLA ABERTA AMARELA e o ESTUDO GERAL.

Criámos um novo método de ensinar onde não é preciso quantificar as aprendizagens. Como é sabido aprende-se muito desaprendendo. Também andámos por lá na Livraria UNI VERSO, em Setúbal.

A Maurícia manda um abraço.

É claro que aqui já não é “a Hora” de coisa nenhuma. E cá vos espero.

Amem.

O irmão servidor,
Agostinho da Silva

(Carta lida em Jantar de Confraternização "Recordando Agostinho da Silva" no Restaurante "Os Arcos", em Alhos Vedros, dezoito anos depois do desaparecimento físico do Professor).

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