sexta-feira, 18 de novembro de 2011
“Antes de haver meu e teu, havia amor"
“Antes de haver meu e teu, havia amor, porque eu amava-vos a vós e vós a mim: mas tanto que o meu e teu se meteu de permeio, e se atravessou entre nós, logo se acabou o amor; porque vós já me não amais a mim, senão o meu, nem eu vos amo a vós, senão o vosso. No princípio do mundo, como gravemente pondera Séneca, porque não havia guerras ? Porque usavam os homens da terra como do céu. O sol, a lua, as estrelas e o uso da sua luz é comum a todos e assim era a terra no princípio: porém depois que a terra se dividiu em diferentes senhores, logo houve guerras e batalhas e se acabou a paz, porque houve meu e teu”
– Padre António Vieira, Sermão da Segunda Dominga da Quaresma, Sermões, III, p.70.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Amar o sujeito e não o amor parece muito difícil para os filósofos... Mas não somente para eles.
«Dois anciãos viveram juntos muitos anos e nunca discutiram entre si. E um disse ao outro: “E se discutíssemos ao menos uma vez, como fazem os outros?”. E o irmão respondeu: “Não sei como fazer”. Então o outro disse: “Vou colocar uma pedra entre nós e digo: ‘É minha’, e tu deves dizer: ‘Não, é minha!’. “É assim que começa uma disputa”. E colocaram um seixo entre os dois. Um deles disse: ‘É meu’. Disse o outro: ‘Não, é meu’. O primeiro respondeu: ‘Tens razão, é teu. Pega nele e vai-te embora’. E deste modo se separaram sem conseguir discutir».
Apophthegmata Patrum
Enviar um comentário