domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Se queremos julgar, viremos os olhos para a parte de dentro"

"Se queremos julgar, viremos os olhos para a parte de dentro, que ainda mal, porque tanto acharemos que julgar, que examinar e que condenar. Se nos julgarmos sem paixão a nós, eu vos prometo que teremos tanto que fazer e tanto que não nos ficará nem tempo, nem ânimo para julgar a outrem" - Padre António Vieira, Sermão da Segunda Dominga do Advento.

Vieira nasceu a 6 de Fevereiro de 1608, em Lisboa.

2 comentários:

Luiz Pires dos Reys disse...

Também é verdade.
É verdade: também.

Sed contra, ad idem:

"As leis da justa restituição mandam que se pague o alheio em tanta quantidade como se tomou. [...] Para que a minha satisfação seja igual à minha culpa, dê-se a cada quatro vezes tanto como lhe eu houver defraudado. Com a primeira parte se pagará o que lhe tomei, com a segunda o que perdeu, com a terceira o que não adquiriu, com a quarta o que padeceu. [...] Na vida poucos pagam, na hora da morte os mais escrupulosos mandam pagar o capital; das consequências, nem na vida, nem na morte há quem faça caso."
Padre António Vieira, Sermão do Primeiro Domingo do Advento, cap. VII.

Isabel Metello disse...

Neste ponto do julgamento, creio que é lícito julgar-se quem prejudica outros consciente e calculadamente, pelos seus próprios interesses egocêntricos, mas julgo que esse julgamento deverá ser posto em prática pela Justa Lei Divina Omnividente da Acção/Reacção..talvez esta concepção gandhiana que acalento se deva ao facto de permanecer com a convicção de que o pacifismo, jamais, tem a ver com passividade. É tão mau quem comete um crime como quem se limita a vê-lo praticar...sei que ainda tenho uma noção algo retrógrada de Bem e mal, mas há circunstâncias que não se me revelam como cinzentas, aquela zona da impunidade onde tudo se relativiza a contento...enfim, ainda tenho muito de evoluir...