A realidade, comovida, agradece
mas fica no mesmo sítio
(daqui ninguém me tira)
chamado paisagem
[…]
Ela sabe que os pintores
os escritores
e quem morre
não gostam da realidade
querem-na para um bocado
não se lhe chegam muito pode sufocar
Mário Cesariny,
Poema VII de “A Cidade Queimada”, in Titânia e a Cidade Queimada (excerto),
Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1977, pág. 92 e seg.
2 comentários:
Já não me bastava ser tido por um lagriminha-fácil, agora ainda descobriram que a realidade também se comove?!!
Vai-se a ver, e ainda descubro que sou primo da realidade...
O que me vale é a paisagem, que sempre "fica no mesmo sítio".
Não se (co)move, portanto.
Vá lá...!
(Não me estraguem a paisagem!!)
Enviar um comentário