"O problema dos políticos é o de mudarem o governo: o meu é o de mudar o Estado. Contam eles com o voto ou a revolução. Conto eu com o curso da História e a minha vocação e o meu esforço de estar para além dela" – Agostinho da Silva,
Cortina 1 (inédito).
1 comentário:
O problema dos políticos (sub-espécie da segunda pior espécie do quase humano que se parece muito com o homem – a pior é a dos traidores-de-si) o problema dos políticos é o de tudo fazerem para mudarem apenas o que parece a todos interessar, mas a ninguém, senão a eles, interessa parecer mudar.
É um pouco como o mudarem o parecer sem parecem mudá-lo. Eles são, no fundo e ao caso, os prestidigitadores dos tempos (pós-pós-)modernos.
Quem seja o coelhinho do truque, deixo à pertinácia de quem lê este comentário. Pois a cartola já toda a gente hoje a identifica.
Falta portanto só identificar a assistente, a criatura que apenas está lá para distrair as atenções.
Cabe-nos, por isso, distrair quem nos distrai e virar a cartola do avesso, para sair de lá o passarão que parece um pombinho, mas é alimária de outro bestiário.
O voto, como é sabido, não serve para nada senão para dissimular o inadiável: a r'evolução tem de ser (re)inventada.
O curso da história é cada um a ser-se.
O estar além dela (o ficar nela é funerário!) é precisamente o não ser “parte” da história.
Não ter história é ser facilmente objecto da dúvida do ter-se existido assim ou assado. O que é sempre indiferente para o que interessa.
E, porém, é assim que a história fica para a História. E para o que é incontível em ambas.
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