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Palavras de apresentação do número dois da revista “Cultura Entre Culturas”, proferidas por Luiz Pires dos Reys - membro do Conselho de Direcção, director de arte e colaborador permanente da publicação - na sessão de lançamento, que decorreu na Sala do Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa, a 11 de Novembro de 2010, encerrando o ciclo de conferências integradas no “Colóquio Internacional Oriente-Ocidente”, organizado por Paulo Borges, Carlos João Correia e Carlos Silva
Quando, há pouco mais de um ano, o Prof. Paulo Borges me convidou a integrar um projecto de revista, ocorrera-lhe então poder ela vir a chamar-se “Anjo do Real”: fazia, nisso, apelo – muito significativamente aliás – a uma sublime metáfora de Sophia de Mello Breyner.
Ficara, na verdade, desde logo claro que o nome, qualquer que ele fosse, por que viesse a designar-se a publicação, seria necessária e indissociavelmente expressivo do seu fito de intento e do sentido de havê-la. O sentido dela estava claríssimo; o intento, esse, era imperativo clarificá-lo.
Era, por outro lado, dado por adquirido que não se tratava de promover mais um projecto e um objecto culturais, mas de dar expressão ao impulso inaugural de um outro paradigma de ser, de estar e de fazer, menos circunscrito àquele circuito algo fechado sobre si mesmo, dessa coisa imprecisa, lata e relativamente propiciadora de contemplações de umbigo a que chamamos cultura.
Ele, Paulo Borges, amigo de décadas, desde há muito que vinha - no âmbito da universidade, do ensino, da investigação, da cultura e da intervenção cívica (da forma notável que todos conhecemos, e lhe reconhecemos) – mostrando uma linha de rumo singular, que punha em feliz correlação âmbitos até então dispersos. Assim foi ele fazendo, também, no âmbito da afirmação e prestígio do Caminho do Meio (vulgo, Budismo) entre nós.
(...)
Fiquei, de todo o modo, tomado de entusiasmo, pelo convite e pela singularidade da ideia-semente do projecto, por tal parecer-me poder permitir vir a suscitar o plasmar de todo um outro paradigma de enfoque da realidade do nosso tempo, modo multivário esse que tem vindo aliás a assomar - sinérgica, catalítica e transversalmente - a um leque aparentemente muito heteróclito de coisas, problemáticas e seus imperativos, mas que um cada vez mais vasto número de pessoas tem nas suas não menores preocupações.
Foi assim que, certamente honrado mas sobretudo responsabilizado, abracei o horizonte-projecto cujo rosto-charneira e crisol é a Cultura Entre Culturas, de que agora se apresenta o segundo número, prosseguindo assim nas linhas de propósito que ela persegue, e de que insiste em manifestar firme intento.
4 comentários:
Uma apresentação memorável! Abraço
Excelente texto de apresentação da Revista. Muitos Parabéns! Beijo
;))
A todos os envolvidos na apresentação da Revista o meu reconhecimento do bom trabalho que fizeram. Ao Luiz Reys: que extraordinárias palavras de apresentação à Revista. Lançado o numero II, duma maneira memorável, como disse o Paulo Borges.
Que palavras tão belas e cristalinas para ouvir numa época em que tudo é tão turvo! Obrigada aos dois, ao Paulo e ao Luiz.
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