"[...] o homem é o mais cruel de todos os animais.
Nada no mundo lhe deu jamais tanto prazer como as tragédias, as corridas de touros e as crucificações; e no dia em que inventou o inferno, teve o seu paraíso na terra"
- Friedrich Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.
3 comentários:
A premissa para a conclusão é uma generalização abusiva.
E a realidade não ?
A realidade, com efeito: que não é nem deixa de ser cruel, pelo menos não definitivamente. E que quando se diz o contrário, pois, de igual forma mente. Só mesmo os animais, enquanto são animados, não por serem reais: só eles, nessa medida, são crueis verdadeiramente. E só cada um deles, também, pode ser benevolente. E agem assim generosa e cruelmente porque não podem evitar sentir, ilusoriamente, que ora é cruel a realidade e logo é bem conveniente. E é que eles não podem nem devem, animados, deixar de generalizar, mesmo que abusivamente. E são tanto mais crueis e amorosos quanto mais ânimo, ou alma, quer dizer humanidade, dentro deles entre. Ou não fora a tragédia, antes de qualquer abuso teórico, essa mesma realidade em que se enfrentam e se unem, ocultando-se e dando-se a ver, Diónisos e Apolo, reciprocamente...
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