[…] outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
À terra libertando e aos donos dela
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
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A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas.
Triunfante virá: não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela Vida em que a mudarmos.
Agostinho da Silva, ”Exortação à Portuguesa Língua”,
in revista “Nova Renascença”, Porto, 1982, nº 7, pág. 222 e seg.
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