Manuscrito em pergaminho atribuível à escola de calígrafos de Lisboa, da segunda metade do século XV, raríssimo (conhecem-se pouco mais de 20 exemplares!), porque a maioria destas bíblias, na Península, foram confiscadas e queimadas pela Inquisição. Não tem colophon (isto é, o local onde se inscrevem os dados do local e data) que nos informe da sua data e do nome do seu autor. Este exemplar tem as páginas iniciais inteiramente preenchidas com uma escrita micrográfica, de gosto mudéjar, a tinta castanha e ouro, semelhante a exemplares assinados pelo calígrafo Samuel Isaac de Medina, datados entre 1469 e 1490, e que se conservam na Palatina de Parma, em Cincinnati e em Oxford. Faltando-lhe embora algumas características decorativas típicas da escola lisboeta (tarjas e iluminuras cor malva), tem anotações e pertences que a relacionam com a família Abravanel, de Lisboa e de Sevilha. É, por isso, conhecida como a Bíblia de Abravanel.
Tesouros da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra
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