imagem da capa e ilustrações de magule wango
paginação e design gráfico de bruno miguel resende
paginação e design gráfico de bruno miguel resende
Publicamos aqui os primeiros parágrafos do texto de Luiz Pires dos Reys, director de arte da Entre (que, diz-se, assina por vezes como Donis de Frol Guilhade) sobre as obras de Fátima Vale e Bruno Miguel Resende, hoje apresentadas no Porto, de acordo com a informação do título deste post.
O texto, que será publicado posteriormente na revista "Infernus" (quer na sua edição web, quer na sua luxuosa edição em papel) pode ser lido na íntegra aqui: http://www.spabilados.net/?p=1211
c a c a f o r i s m o s d o d e s a f o r o
ou de como o creme compensa a vale e a valete
(sonata para flauta de pã de resende e gritos no vale em três andamentos e trinta três degraus sempre a descer)
§ primo andamento: allegro rubato molto espressivo
1. não mo pediram. por isso, apresento-me {em estado de estança indistante}
na feliz encontrança de um par de mafarricos.
2.
se os digo maiúsculos, escrevo-o
em minúsculas: porque sim. porque sim é igual a porque não sim: só não o diz como mesmo.
3. começa-se pelo final: que há-de
confundir-se sem favor para com o desfecho, mas não para com a terminação. o
fim, que não é lotaria nem lota, começa mesmo pelo final, porque “estar vivo
pode [bem] ser ilegal”: por isso, lotaria. por isso lutaria.
4. à entrada tropeça-se logo – onde
é a saída, por tutatis? – numa “fuga
contrabandista” antes de dar de caras na lama da “tina (...) do sistema” em
tombo-mestre. começa-se em grande, portanto. o assunto, na verdade, não é
pequeno, nem o sujeito, mas não é o caso para menos (é a eito): veremos se é
para mais.
5. o índice é bonito: não existe. em
vez de existir está toda a incomunidade sacrista esparramada na folha
derradeira de ambos os vibrantes livruscos. até agora vinte duas opúsculas almas,
de tantos quantos arcos maiores do baralho que nos arcana e sacana o destino e
os destinatários do desatino.
6. o senhor XXI de série é um bruno
qualquer coisa que é dado, vê-se, à falosofia: já ouvi falar. não é daqueles
que só falam na sophia, mas só assofiam. ela é sábia, que é, mas é também louca, que sobretudo é.
já voltaremos ao senhor falósofo: se ele não se voltar de costas para si mesmo.
7. em viségimo 2º na classificação
geral da volta à presente estança está uma, qualquer coisa em átima, semblante assim
para o grã-mátria viriata, e toda ela dharmática que nem serrana dakini. apresenta-se
ademais afinada em clave de fá: vem pois cheia de fazada. a gente não se
importa nada com isso, faz-lhe a vontade (não as vontades, entenda-se), e
chama-lhe fátima. só para que ela nos
reconheça. vale a pena passar incógnito
onde todos se conhecem.
8. os livros, esses, são sobre
fantasmas (coisa de que toda a gente diz não ter medo: até à hora de ter!) e de
cadáveres (coisa que toda a gente ser á um dia: à hora de ser!). O caso é este: assegura-se-nos
que o “fantasma de la lembrança”
dança lindamente com o “cadáber de 1
memiento”. perfeita cena de mimo para o álbum do nosso desmame funerário!
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