sábado, 3 de março de 2012

São apresentados hoje no Porto livros de dois dos colaboradores da "Entre": "Falosofia" de Bruno Miguel Resende, que será apresentado pelo Dr. Gilberto de Lascariz, e "Spabilanto" de Fátima Vale, apresentado pela poeta Melusine de Mattos. Ambos os autores colaboraram no nº 4 da revista. É hoje, dia 3, no Orfeão do Porto, às 21,30 horas.

imagem da capa e ilustrações de magule wango 
paginação e design gráfico de bruno miguel resende   

paginação e design gráfico de bruno miguel resende   


Publicamos aqui os primeiros parágrafos do texto de Luiz Pires dos Reys, director de arte da Entre (que, diz-se, assina por vezes como Donis de Frol Guilhade) sobre as obras de Fátima Vale e Bruno Miguel Resende, hoje apresentadas no Porto, de acordo com a informação do título deste post.
O texto, que será publicado posteriormente na revista "Infernus" (quer na sua edição web, quer na sua luxuosa edição em papel) pode ser lido na íntegra aqui: http://www.spabilados.net/?p=1211



c a c a f o r i s m o s   d o   d e s a f o r o 
ou de como o creme compensa a vale e a valete  
(sonata para flauta de pã de resende e gritos no vale em três andamentos e trinta três degraus sempre a descer)

§ primo andamento: allegro rubato molto espressivo
1.     não mo pediram. por isso, apresento-me {em estado de estança indistante} na feliz encontrança de um par de mafarricos.
2.     se os digo maiúsculos, escrevo-o em minúsculas: porque sim. porque sim é igual a porque não sim: só  não o diz como mesmo.
3.  começa-se pelo final: que há-de confundir-se sem favor para com o desfecho, mas não para com a terminação. o fim, que não é lotaria nem lota, começa mesmo pelo final, porque “estar vivo pode [bem] ser ilegal”: por isso, lotaria.  por isso lutaria.
4.      à entrada tropeça-se logo – onde é a saída, por tutatis? – numa “fuga contrabandista” antes de dar de caras na lama da “tina (...) do sistema” em tombo-mestre. começa-se em grande, portanto. o assunto, na verdade, não é pequeno, nem o sujeito, mas não é o caso para menos (é a eito): veremos se é para mais.
5.    o índice é bonito: não existe. em vez de existir está toda a incomunidade sacrista esparramada na folha derradeira de ambos os vibrantes livruscos. até agora vinte duas opúsculas almas, de tantos quantos arcos maiores do baralho que nos arcana e sacana o destino e os destinatários do desatino.
6.    o senhor XXI de série é um bruno qualquer coisa que é dado, vê-se, à falosofia: já ouvi falar. não é daqueles que só falam na sophia, mas só assofiam. ela é sábia, que é, mas  é tambémeua  louca, que sobretudo é. já voltaremos ao senhor falósofo: se ele não se voltar de costas para si mesmo.
7.    em viségimo 2º na classificação geral da volta à presente estança está uma, qualquer coisa em átima, semblante assim para o grã-mátria viriata, e toda ela dharmática que nem serrana dakini. apresenta-se ademais afinada em clave de fá: vem pois cheia de fazada. a gente não se importa nada com isso, faz-lhe a vontade (não as vontades, entenda-se), e chama-lhe fátima.  só para que ela nos reconheça.  vale a pena passar incógnito onde todos se conhecem.
8.      os livros, esses, são sobre fantasmas (coisa de que toda a gente diz não ter medo: até à hora de ter!) e de cadáveres (coisa que toda a gente serfilho a gráfico, para ae serue ná um dia: à hora de ser!). O caso é este: assegura-se-nos que o “fantasma de la lembrança” dança lindamente com o “cadáber de 1 memiento”. perfeita cena de mimo para o álbum do nosso desmame funerário! 


Sem comentários: