terça-feira, 19 de julho de 2011

"A coisa mais antiga de que me lembro é uma tarde de Primavera em que eu talvez ainda não tivesse nascido"




"A coisa mais antiga de que me lembro é uma tarde de Primavera em que eu talvez ainda não tivesse nascido. Pelo menos não me lembro de estar ali - só me lembro da claridade difusa daquele quarto em que a Primavera entrava. Uma calma infinita poisava sobre as coisas - como se fosse o princípio do mundo e tudo estivesse ainda intocado"

- Sophia de Mello Breyner Andresen (inédito do espólio)

7 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Pires dos Reys disse...

A Sophia, pelos vistos, não deve ter tido lá muito boa memória. Se bem que (me) seja de boa memória, poeticamente falando.

Numa coisa ela tem razão: há momentos (todos já os tivemos) em que ... "uma calma infinita [paira] sobre as coisas - como se fosse o princípio do mundo e tudo estivesse ainda intocado".

São esses momentos que nos fazem valer a pena estar vivos, e ... sermos mais antigos que a Primavera "em que talvez ainda não tivéssemos nascido": distracção nossa, em atrasarmo-nos da parte da tarde.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabel Metello disse...

Metheoros, tem toda a razão do mundo, obrigada :)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Pires dos Reys disse...

Isabel, eu detesto ter... razão! Não sei sequer como se "tem" isso! Nem sei se quero aprender.

Mas também não tenho emenda, nem... ementa! Sou muito rebelde: e belde, também!

(De nada, Isabel! Na mesma. Mas... aqueles momentos de "calma infinita" da Sophia continuam a ser-me desassossegantes ... Tão marota, a Sophia...!)


P.S.
Quando parece o que parece, é quando talvez menos é o que se imagina que seja ao parecer.
Bem, aqui até parece que ouço a minha avô Luiza: "Menino, tenha propósito!"

Desde então vou arranjando propósitos: de propósito!!! :))~~

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.