segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amo o teu túmido candor de astro



a tua pura integridade
delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade
acesa sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança de um peito
que pulsa
e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou
à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo

porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas
tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar

Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde
frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que vivo é por
ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto

de O Teu
Rosto(1994)

António Ramos Rosa

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