"Mais além da economia planificada e da economia de mercado capitalista (na qual primam os interesses do capital e se descuidam as exigências do trabalho e da natureza), é preciso trabalhar na linha de uma economia de mercado de corte social e ecológico em que se busque o equilíbrio entre os interesses do capital e os interesses sociais e ecológicos, isto é, trabalhar na linha de uma economia de mercado ecológico-social"
- Hans Küng, Proyecto de una ética mundial, Madrid, Trotta, 2006, p.30.
2 comentários:
Tenho muita pena, Herr Professor Hans Küng, mas "economia de mercado ecológico-social" parece-me uma fórmula um tanto nitroglicerínica.
Se a solução fosse fundir "economia planificada" e "economia de mercado", bastar-nos-ia olhar hoje, ou amanhã, para o exemplo da China, onde ambas coexistem muito interessante e interesseiramente.
Só que não estão fundidas ou unidas, ou o que seja. Estão, quando muito, justapostas.
O problema é que (nisto, como em quase tudo) não basta fazer uma soma de A + B, para obter C.
É necessário um "padrão" algorítmico dos âmbitos, dos campos e dos quadrantes deles e de não-eles. Coisa que ninguém está nunca disposto a aceitar.
E mais: é necessário que tal padrão seja "para-doxal". Eu diria mesmo trans-paradoxal.
Só isso pode, a um tempo, "transcender" e "infradescender": vertical e horizontalmente evolução e involução.
Há pois em curso, por toda a parte, todo um processo de desagregação que importa permitir se faça e processe, para que das suas cinzas renasça o "filho do homem" ou o ... "filho da fénix".
Mas sem "interesses", p.f.
Sejam eles os "do capital" ou os "sociais e ecológicos".
São, uns e outros, à sua diferente maneira, parcelares de visão, ainda.
E não sabem, uns e outros, que existem para ser ultra-passados, isto é, ultra-futurados no presente: agora ou ... daqui a bocado! Inevitavelmente.
Mas que tal se, em vez de interesses, forem antes "des-interesses". O que é bem diverso de desinteresse.
Que sofrimento!
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