Muito antes da psicanálise, o Yoga mostrou a importância do papel desempenhado pelo subconsciente. O dinamismo próprio do inconsciente é, segundo o Yoga, o obstáculo mais sério que o yogui terá de superar. Isto porque as latências querem sair à luz, tornar-se, actualizando-se, estados de consciência. A resistência que o subconsciente opõe a todo o acto de renúncia e de ascese, a todo o acto que poderia ter por efeito a libertação do Si, é, digamos assim, o sinal do medo sentido pelo subconsciente à simples ideia de que a massa das latências ainda não manifestadas possa falhar o seu destino, ser aniquilada antes de ter tido tempo de emergir e actualizar-se.
Mircéa Eliade, Patañjali e o Yoga, Relógio D'Água Editores, 2000, p.62
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