"Os animais não têm consciência de si mesmos e não são por conseguinte senão meios em vista de um fim. Esse fim é o homem. Por isso este não tem nenhum dever imediato para com eles"
- Emmanuel Kant, Leçons d'Éthique, Paris, Livre de Poche, 1997, p.391.
Eis a clara formulação do antropocentrismo e do especismo que regem a actual civilização e que convertem o homem no predador descontraído e autojustificado do mundo animal, reduzido a um imenso campo de concentração para seu usufruto. É esta ética (!?) e esta estupidez filosófica que predomina nos Códigos Civis, nomeadamente no português, onde os animais são reduzidos ao estatuto de coisas. É esta a mentalidade responsável pelo que se passa nos canis, nas praças de touros, nos matadouros, na indústria da carne, na experimentação animal, nos circos, na caça, na pesca, no uso das peles, etc., etc. É esta mentalidade que é preciso denunciar e extirpar pela raiz. Porque estas ideias e palavras escorrem sangue.
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