Quem sabe voltará neste Natal?!
«Não me procuraríeis se não me tivésseis encontrado já...»
«Não me procuraríeis se não me tivésseis encontrado já...»
Ressoa no meu pensamento este aforismo. “Não me procuraríeis se não…” Creio que Santo Agostinho terá sido quem abriu esta pérola à luz do nosso firmamento. Merece ser actualizada, todos os dias, esta Verdade. Procura-se o que se encontrou! Tal como se pergunta o que já tem a resposta em nós, faltando apenas desencobri-la desvelá-la. Nesta expressão nos, por muito descentrarmos os eixos que, se ajustados, nos dariam a ver uma paisagem diversa: que fosse por assim dizer, a simetria e a sinfonia de tudo, no caos primordial, intensa laboração de “Deus” para criar o Jardim, antes da sua criação. Neste labirinto estamos, movidos ou parados, fora e dentro do “Jardim”, à procura dele. A expulsão dele de nada nos serviu senão para mais fundo desenhar no labirinto os movimentos do Tempo da Memória e da Saudade. Porventura, os motores e impulsionadores desta natureza humana de ser. A sua reminiscente nostalgia.
Muito próximo do muito ruído, o silêncio custa-se a ouvir o que é para ser ouvido; coberta por véus e véus e camadas sobre camadas de ilusões e de folhas mortas, a fonte esconde-se e tapa a água que jorra. O vulto insinuado de escuro, vindo da noite, névoa cristalizada, caminhando na noite, não mostra o corpo. A treva o cobre e lhe cobre de solidão os andrajos. Não se distingue o buraco da noite e o buraco do fato rasgado. Aquele que regressa abre, com o Silencio e Ausência, a boca de cena de uma tragédia transfigurada. Não se distingue dela. A esfínge cega! O vulto não tardará a fundir-se no mistério e voltaremos inevitavelmente a esquecer em breve espaço de tempo que havia e houve esse vulto. Somos “Intervalo”, às vezes ouvem-se as vozes da tragédia. O coro.Há-de mostrar-se-nos esse vulto, esse mistério e esse “ocultamento” de diferentes modos de se “desocultar”. Pode até ser o “Nada”, mas é um Nada com Sentido: um Pleno Nada. Pode tomar as múltiplas formas do mundo e da realidade. Pode ser um texto, um rosto, uma chuva discreta na janela; um horizonte verde debaixo de um céu claro de Verão. Pode ser tudo e nada. Pode ser o nada de tudo. Mas já esteve cá e ainda cá está. Pode ser uma Saudade de ser!Mas o que no imo de nós procura rasgar os véus e abrir à luz a palavra. Isso é como um fruto que a nossa fome já saboreou ou/e é o desejo de o saborear uma vez mais, ignorando que já nele comemos o sentido. A sua forma, sempre mutável, não é forma nenhuma, é tão só o vulto que queremos apreender ou apenas com-ferir. É um vulto já fundido na paisagem uma pele uma carne; um corpo e uma alma: espírito e espírito, alma de alma. A sua voz é o Silêncio mais vibrante, esse que lá está e que Há. Esse que é memória e ânsia e eterno rumorejar de fonte. Esse que de véus se cobre e com folhas sobre folhas secas se despe, como árvores de jardim. Esse chão que é o caminho que limpamos, como se espelho sujo, espelho do ser, para ver o que no seu interior está, para ver o brilho ali deixado pelo que “cá” e “lá” está e habita o desabitado lar. Para ver o Encoberto, esse de quem se diz que nunca regressa. Esse que nunca regressa. Esse que é o errante e desterrado, filho da lonjura e da Saudade. Esse neto da Ausência e do Eterno. É esse o que tanto procuro! E esse O Desejado” O Desterrado de Si, O desterrado do seu coração.
Muito próximo do muito ruído, o silêncio custa-se a ouvir o que é para ser ouvido; coberta por véus e véus e camadas sobre camadas de ilusões e de folhas mortas, a fonte esconde-se e tapa a água que jorra. O vulto insinuado de escuro, vindo da noite, névoa cristalizada, caminhando na noite, não mostra o corpo. A treva o cobre e lhe cobre de solidão os andrajos. Não se distingue o buraco da noite e o buraco do fato rasgado. Aquele que regressa abre, com o Silencio e Ausência, a boca de cena de uma tragédia transfigurada. Não se distingue dela. A esfínge cega! O vulto não tardará a fundir-se no mistério e voltaremos inevitavelmente a esquecer em breve espaço de tempo que havia e houve esse vulto. Somos “Intervalo”, às vezes ouvem-se as vozes da tragédia. O coro.Há-de mostrar-se-nos esse vulto, esse mistério e esse “ocultamento” de diferentes modos de se “desocultar”. Pode até ser o “Nada”, mas é um Nada com Sentido: um Pleno Nada. Pode tomar as múltiplas formas do mundo e da realidade. Pode ser um texto, um rosto, uma chuva discreta na janela; um horizonte verde debaixo de um céu claro de Verão. Pode ser tudo e nada. Pode ser o nada de tudo. Mas já esteve cá e ainda cá está. Pode ser uma Saudade de ser!Mas o que no imo de nós procura rasgar os véus e abrir à luz a palavra. Isso é como um fruto que a nossa fome já saboreou ou/e é o desejo de o saborear uma vez mais, ignorando que já nele comemos o sentido. A sua forma, sempre mutável, não é forma nenhuma, é tão só o vulto que queremos apreender ou apenas com-ferir. É um vulto já fundido na paisagem uma pele uma carne; um corpo e uma alma: espírito e espírito, alma de alma. A sua voz é o Silêncio mais vibrante, esse que lá está e que Há. Esse que é memória e ânsia e eterno rumorejar de fonte. Esse que de véus se cobre e com folhas sobre folhas secas se despe, como árvores de jardim. Esse chão que é o caminho que limpamos, como se espelho sujo, espelho do ser, para ver o que no seu interior está, para ver o brilho ali deixado pelo que “cá” e “lá” está e habita o desabitado lar. Para ver o Encoberto, esse de quem se diz que nunca regressa. Esse que nunca regressa. Esse que é o errante e desterrado, filho da lonjura e da Saudade. Esse neto da Ausência e do Eterno. É esse o que tanto procuro! E esse O Desejado” O Desterrado de Si, O desterrado do seu coração.
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