quinta-feira, 7 de junho de 2018

A Poesia de Manuel (D'Angola) de Sousa

1.

“Encantado De Vento Em Pôpa Pela Ilusão Encaixotada De Cantos Fluídicos Espirituais”

Encantam-me os cantos e os desencantos da desilusão
Encaixo-me dentro de caixas e caixotes de cartão pré-reciclados
Desinibo-me de inibições e exibições pouquíssimo ambiciosas
Desarmo-me de armas e munições de pólvora sêca atómica

Disparo balas explosivas e os próprios canhões a reacção
Desloco-me materialmente para locais deslocalizados
E ainda vou de vento em pôpa sem proa ou leme ou velas
Subo ao mastro principal sempre a escorregar por ele a baixo

Seco o fluido rubro das veias e dou-o a beber aos vampiros do alheio
Descontrai-me imenso ver a carteira vazia cada vez mais contraída
Monto a besta quer queira ela ou não e desmonto-a peça por peça
Alego na escrita mural de parede de só fazer recurso a alegorias

Uso parábolas de desígnios feitos em contrafacção por profetas falsos
Entro em contradição e teimosia plenas em função das metáforas
Contradigo o que digo de olhos fechados com os olhos abertos
Faço desmoronar a ideia fixa e movo-me verbalmente por afinidades

Início o inicio de uma frase com paradoxos e findo-a sem lógica alguma
Rompo com o passado das sentenças desprovidas de sentido figurado
Desfiguro-me facialmente através de gestos de irrelevante significado
Fecho a fonte das origens primordiais e desligo a correnteza espirita…

Encerro por momentos o fluxo dos sonhos mal sonhados e reinicio o programa elementar…

Escrito a 5 de Junho de 2018, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Luanda, Angola, em Homenagem aos Afoitos, Corajosos e Aventureiros da Vida e dos que enfrentam Riscos e outros Perigos com o peito abertamente e com a maior das normalidades e sem que isso pareça constituir algo por aí além…

“Aos que normalmente e de forma muito natural, são heróis das iniciativas da Vida, e que, assim, a ajudam a mudar e a evoluir…”


2.

“Da Verdade E Da Realidade Em Duvida Ao Invisível Azimute Da Irreflexão Ilimitada…”

Já não sei se o diga ou não!
A verdade já não me soa mais ao que devia ser!
Fico agora confuso…
Duvido amiúde disto tudo…
Tenho a própria realidade posta em questão!...

Transplanto a sêde e a fome para outra ocasião…
Busco respostas em tudo o que mexe…
Movimento o ego…
Centralizo-me no umbigo…
Perco o fio à meada e nada sei mais!…

Quiçá vegete tanto e tão pouco!
Navegue sem rumo definido!
Sem destino ou azimute!
Saio tão simplesmente dos limites do tempo…
Sou um nada ou um ninguém e um que nunca fui ou foi!…

Vejo-me espelhado na invisível inflexão interior sem qualquer reflexão exterior…

“Em resiliente e persistente busca de uma Orientação Consciente e da/pela/na Plenitude da Verdade e da/na Realidade…”

Escrito a 4 de Junho de 2018, em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em data dos nascimentos de meu Avo Daniel de Sousa (transitado há alguns anos atrás), nascido em São Martinho do Porto, Portugal, e de meu Filho mais velho, Luis Daniel Silva de Sousa, nascido em Luanda, Angola


3.

“Hipotético Ser Aos Poucos…”

Nada sou e hipotético sou e sei disso!
Patético ando e tresando aos poucos…
Escabeceio no meio de um só seio
Parece que ensurdeço com a falta de barulho
Ou será que enlouqueço antes de tudo?...

Escrito a 4 de Junho de 2018, ao início da madrugada, em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em semelhança ao estilo dos Hakai Japoneses… e em Homenagem ao singelo Homem Divino, que cada um de nos reflecte e representa…~

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