sábado, 30 de outubro de 2010

Mesmo que seja de noite!

Conheço a fonte que mana e se espalha,
Mesmo que seja de noite!

Esta fonte eterna está escondida,
Mas como sei bem onde está,
Mesmo que seja de noite!

Nesta noite escura desta vida,
Como a conheço bem, pela fé, a fonte,
Mesmo que seja de noite!

A sua origem, ignoro-a: não a tem,
Mas sei que todos os seres tiram dela a sua origem
Mesmo que seja de noite!

Sei que não pode haver coisa mais bela,
Que a terra e os céus aí se vão dessedentar,
Mesmo que seja de noite!

Sei bem que é um abismo sem fundo
E que ninguém aí pode passar a vau,
Mesmo que seja de noite!

A sua claridade nunca é obscurecida
E sei que toda a luz vem dela,
Mesmo que seja noite!

- São João da Cruz

1 comentário:

Paulo Borges disse...

Essa fonte é o fundo sem fundo de tudo, em nós sempre presente nesse intervalo entre cada pensamento que contém em si todos os universos!