sexta-feira, 30 de abril de 2010


vou deixar a palavra ser assoprada devagarinho. se começar por uma vogal deixo que a lingua passeie pelo céu da boca até se cansar, quando for uma consoante a língua estará pousada à saída da minha boca. vou assoprar como se assobiasse uma canção devagar, tão devagar que me esqueço do sentido dela. assim a palavra cresce e morre entre o inspirar e expirar. liberta do pensamento a palavra voa sem destino. o silêncio mostra a face em cada intervalo desse meu jeito de estar. um dia quando eu crescer serei somente esse intervalo - um modo de ser sem ser.

Sem comentários: