sábado, 6 de março de 2010

A despedida de Raimon Pannikar



Transcrevo, com funda comoção, a carta-circular que recebi de Raimon Pannikar, datada de 28 de Janeiro deste ano. Constato que o adiamento da entrevista que tive com ele marcada para 14 de Janeiro, na sua minúscula aldeia catalã de Tavertet, devido ao seu cansaço, foi a frustração do desejo que acalentava há muito e da derradeira oportunidade de conhecer pessoalmente este que é, aos 91 anos, um dos maiores pensadores vivos do planeta e um gigante do diálogo intercultural e inter-religioso, com uma obra monumental. Constato também, com a mesma comoção, que o texto, inédito em Portugal, que ainda teve a bondade de enviar para o primeiro número da revista Cultura ENTRE Culturas, foi provavelmente o seu último acto de intervenção pública. Interpreto isto como um sinal e um legado. Possa a revista doravante assumir a responsabilidade de continuar a sua tarefa em prol de uma interculturalidade autêntica, pacífica e fraterna: a mesma tarefa entre nós assumida por Agostinho da Silva. E possamos nós estar e continuar a seu lado, como ele a nosso lado está e continuará: "no silêncio e na oração".

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Queridos Amigos:

Quisiera comunicaros que creo que ha llegado el momento (aplazado varias veces) de retirarme de toda actividad pública, sea con una participación directa o con una participación intelectual, a las que he dedicado toda mi vida como forma de compartir mis reflexiones.

Continuaré a vuestro lado de un modo mas profundo, es decir, en el silencio y en la oración, y del mismo modo os pido de estar a mi lado en este último período de mi existencia.

Me habéis oído decir a menudo que la persona es un nudo en una red de relaciones. Al despedirme de vosotros os quiero agradecer sinceramente de haberme enriquecido con la relación que he tenido con cada uno de vosotros.

Estoy agradecido tambiém a todos aquellos que, de una manera personal o asociada, seguirán actuando, incluso sin mi, por la difusión de mi pensamiento y compartiendo mis ideales.

Doy gracias también por el don de la vida, que sólo es tal cuando se vive en comunión: es con este espíritu que he vivido también mi sacerdocio.

Raimon Pannikar

(Tavertet - Catalunya)

1 comentário:

Isabel Santiago disse...

Aprender sempre foi para mim a força mais mobilizadora para mudar. Aprendi com o Paulo quem é Raimon Pannikar. O que leio, e não sou mais do que uma aprendiz de leitora, incita-me a mudar. Tenho que aprender a ser compassiva. Tenho...e só desta forma agradecerei aos dois...