É muito delicada a questão da alimentação. Provavelmente, o princípio de vida de que mais directamente depende a conduta de vida humana.
A cultura portuguesa, por exemplo, tem raízes que se perdem nos tempos e tudo vai assentando, largamente, num determinado tipo de alimentação. E tal como a cultura portuguesa, toda a civilização ocidental e, por aí fora, embora não se possa generalizar a toda a humanidade.
Transformar um hábito alimentar com séculos e séculos, por exemplo, num regime vegetariano, produz tantas transformações a nível pessoal (físico e mental), familiar, social, cultural, que não vemos como aconselhar uma ruptura súbita com as profundas raízes que carregamos em comum com os nossos conterrâneos.
Nascemos num determinado lugar e a ele estamos ligados por natureza e cultura. E, desta forma, se caracteriza largamente a existência humana no planeta azul.
Mas dizer que as coisas têm sido sempre assim, não significa dizer que, assim, terão de ser eternamente. Existem variadas razões (económicas, ecológicas, éticas, religiosas), como sabemos, que justificam a adopção de um regime alimentar que possa sair fora do tradicional. Desde logo, por questões de saúde como ouvimos alguns especialistas incansavelmente repetirem. Até porque o tradicional é um saco muito grande, onde cabe muita coisa distinta.
Neste sentido, para começar, vemos como desejável um regime alimentar que, pelo menos, tenda a uma redução significativa do consumo de carne animal. Podemos utilizar várias estratégias, como sejam, deixar de comer carne animal ao pequeno almoço e ao lanche, ou consumi-la só uma vez por dia, ou deixar de o fazer um dia por semana...
Quem sabe gostemos da experiência e, assim, tendamos a uma mudança mais radical do que por tradição e inércia temos assumido.
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