terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Há espaço para altruísmo e compaixão no nosso sistema económico?

Is there room for altruism and compassion in our economic system?

On April 9 - 11, 2010, at the Kongresshaus Zürich, economic leaders and leading minds in neuroscience, applied economics, philosophy, contemplative science and anthropology will discuss moral and ethical dimensions of our economic system.

The ongoing global financial crisis clearly shows how vulnerable economic systems are to human behavior, particularly to corruption and greed. This conference focuses on the question: can we develop economic systems which deliver prosperity and welfare, while at the same time reward altruism and compassion?

Speakers include:

The XIV Dalai Lama
William George, M.B.A., Harvard Business School
Tania Singer, Ph.D., University of Zürich
Lord Richard Layard, Ph.D., London School of Economics
Antoinette Hunziker-Ebneter, M.B.A., Forma Futura Invest, Inc.
Matthieu Ricard, Ph.D., Shechen Monastery

Questions include:

Is it possible to develop an economic system which rewards a whole society as opposed to only one individual?
Can we conceive of a system that not only recognizes competitive success, but also recognizes cooperation and compassion?
What needs to change in the thinking structure of economists in order to facilitate that change?
Can an economic system be developed that resolves real societal problems related to poverty and environment?
The Mind and Life XX conference offers a unique opportunity to follow a high-level interdisciplinary exchange between scientists and economists.

The whole dialogue will be held in English. Please find attendance and registration details on our homepage: www.compassionineconomics.org.

Kind regards,

The Mind & Life Institute

3 comentários:

Paulo Feitais disse...

Ora aí está um dedo bem na ferida!
O Agamben mostra que o conceito de economia nasceu da teologia dos primeiros séculos do cristianismo. Tem a ver com a relação trinitária. Como é que isso se transformou em usura e rapacidade? (nem quero entrar aqui na questão da perversão latente nos conceitos metafísicos, mas é verdade é que esses conceitos são detonadores de consequências bem reais no mundo dito 'material' - nós acabamos por ser sempre o que pensamos, bem ou mal, de forma muito consciente ou demasiado superficial).
Ora se atendermos a que a Economia hoje em dia é o campo epistémico mais dogmático que se possa imaginar e, também, que as decisões económicas deixaram de ser consideradas decisões políticas (o económico saiu do político, o que não deixa de ser a maior perversão da democracia de que temos conhecimento).
Há que trazer de novo a economia para a discussão política e também, porque não?, para o centro da problematização filosófica.
Não se trata só de saber o que se gasta, trata-se de saber porque é que não se pode 'gastar' (melhor será dizes 'investir', ou 'apostar', ou 'acreditar') a riqueza produzida na resolução dos problemas mais fundos? Eliminar a fome, combater a doença, promover a educação, empregar os desempregados - porque não? há tanto para fazer no domínio social, no apoio às escolas, aos deficientes, aos idosos, na protecção dos animais, na protecção do ambiente, na segurança, etc.).
Não será esse um imperativo ético que nasce do facto incontornável de que vivemos em sociedade?
Trata-se, então, duma questão fundamental - e este simpósio é uma iniciativa que vai marcar 2010.

:)

Paulo Borges disse...

Talvez tenha de haver mas infelizmente não possa, em última instância, haver. Do mesmo modo que não há espaço para economia no amor e na compaixão, que são puro excesso. Só se for uma economia do esbanjamento, do potlatch. Como nas sociedades tradicionais, que a barbárie do progresso declarou primitivas.

Paulo Feitais disse...

Mas isso também se coloca em relação ao conceito teológico de Economia - a heteronimia teo-lógica pode tornar-se excessividade-caótica e isso é disseminante, por assim dizer, o universo é úbere de míriades de possibilidades da sua própria superação.
E depois o mito iluminista do progresso sem uma um término contaminou a vida económica com a ideia dum crescimento galopante e imparável encarado como o ideal do desenvolvimento social. Mas só se desenvolve o que tem em si a riqueza suprema, ou a possibilidade do esbanjamento e da festa, o oposto da poupança e da sóbria frugalidade dos gestores da suficiência.
:)