sexta-feira, 13 de novembro de 2009

consciência

xlii

passou a diligência pela estrada, e foi-se;
e a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
assim é a acção humana pelo mundo fora.
nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;
e o sol é sempre pontual todos os dias.

alberto caeiro, 'o guardador de rebanhos'

(às vezes é preciso recordar que somos passagem)

2 comentários:

Paulo Borges disse...

Então onde fica assim a Revolução, baal?

baal disse...

pois é paulo, em nós sabemos que qualquer acção é em vão, mas o mundo rodeia-nos e tudo clama para que actuemos em prol de uma transformação. revoltamo-nos contra a triteza e a fealdade do mundo mas acreditar é diferente, somos revolucionários sem fé na revolução. agimos para não restar quedos, mas no intímo não acreditamos.
mais do que a mudança é a luta que nos move.