quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Da filosofia ocidental e oriental - por Ranga Karakuran

Os filósofos do Ocidente, mesmo os melhores de todos, limitam-se a ser bons oradores. Os filósofos do Oriente são frequentemente maus oradores mas isso não interessa. Não é a oratória que conta. A filosofia oriental é pragmática e operacional, tal como a filosofia da física moderna - isto se exceptuarmos o facto de as operações em questão serem psicológicas e os resultados transcendentes. Os metafísicos ocidentais fazem afirmações acerca da natureza do Homem e do Universo, mas não oferecem ao leitor os meios de verificar a verdade de tais afirmações. E nós, quando fazemos afirmações, acompanhamo-las de uma lista de experiências que se podem utilizar na comprovação da validade do que acabamos de afirmar. Por exemplo: Tat twam asi «tu és isto». É este o núcleo de toda a nossa filosofia. Tat twam asi [...] é como uma proposição metafísica, mas aquilo a que essa frase diz realmente respeito é a uma experiência psicológica, e as operações por meio das quais a experiência pode ser vivida são descritas pelos nossos filósofos, de maneira que quem deseje realizar as citadas operações pode verificar por si próprio a validade do Tat twam asi. Essas operações têm o nome de ioga ou diana ou Zen, ou, ainda, em circunstâncias especiais, o de maituna.

- Ranga Karakuran

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