domingo, 27 de março de 2011

O sábio e o estratega



“[…] o pensamento chinês pensou, não o fim e o resultado, mas o interesse ou o proveito, li. Se este proveito é procurado à escala mundial, ele faz o Sábio (como no Clássico das Mutações, Yiking, pensando a globalidade dos processos); a uma escala reduzida, e numa relação antagonista, faz o estratega (e o termo pode ser então marcado negativamente; cf. Mêncio). Nem um nem outro constroem uma ordem dos fins nem visam o que poderia ser um objectivo (skopos, em grego). Mas tendem sempre a tirar partido da situação […]: para o bem de todos os homens e numa intenção moral (o Sábio); ou por conta de um príncipe rivalizando com outros: o estratega”

– François Jullien, Conférence sur l’efficacité, Paris, PUF, 2005, p.38.

Sem comentários: