sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Às vezes a realidade abre um rasgão"




"Às vezes a realidade abre um rasgão
e nós vemos o clamor da derradeira cal
ou o incêndio das nossas coordenadas
Mas nós não suportamos essa visão do fim
e procuramos reconstruir o nosso círculo quotidiano"

- António Ramos Rosa, As Palavras, p.51.

2 comentários:

Luiz Pires dos Reys disse...

O Poeta!!!
Poesia viva!
Poesia vida!
Poesia Poesia!

Leio
- como um cego, pedinte de si:

"Às vezes a realidade abre um rasgão..."

...Às vezes, n' "o incêndio das nossas coordenadas", algum inesperado (tão esperado!) rasgão de alma mostra o Derradeiro - cal e clamor d'Outro real.

Como suportar tal hecatombe do vão procurar, tal apocalipse do quotidiano tão viciadamente circular?

Como suportar?
A realidade, entretanto, reergue-se sempre, reconstruída entre a incúria nossa e a sua cura.

"Às vezes a realidade abre um rasgão"...

(Donis sai-me pela boca...)

mistério disse...

Ohhhh! Kundalini!