quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SAGRADA FAMÍLIA

Jacinto Lucas Pires

Teatro, 17€, pp. 114
Estreia dia 16 de Setembro, na Culturgest

“ANTÓNIO Sabem o que é um poodle a roer um osso de pardal? Micro-economia. Sabem o que é o elefante na sala? Macro-economia. Sabem o que é um betinho vegetariano, intelectual e maricas? (Pausa: penteia as sobrancelhas.) Política, política, política! (Ri-se enquanto esfrega os dentes num esforço cada vez mais desesperado.)”

Dados de espectáculo:

Interpretação:
Anabela Almeida Arlete
Duarte Guimarães Pedro
Ivo Alexandre António
Joana Bárcia Maria
Miguel Fragata Filho

Encenação: Catarina Requeijo

Cenário e figurinos: Sara Amado

Desenho de luz: José Manuel Rodrigues

Produção executiva: Hugo Quinta

Co-produção: Culturgest e Teatro Viriato

Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto (Portugal) a 14 de Julho de 1974. Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa e Cinema na New York Film Academy. Publicou o seu primeiro livro em 1996 e trabalha como dramaturgo e cineasta.

A sua obra encontra-se publicada em português pelos Livros Cotovia e também em espanhol, croata e tailandês. Várias peças suas estão traduzidas em francês, espanhol, inglês e norueguês. Em Portugal, os seus textos foram encenados por Manuel Wiborg, Ricardo Pais, Marcos Barbosa e João Brites. Alguns dos seus contos foram incluídos em colectâneas na Alemanha, em França, em Itália, na Bulgária, no Brasil e em Espanha. Tem contos em várias antologias portuguesas.

Escreveu e realizou duas curtas-metragens: Cinemaamor (1999) – prémio cine-clube no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira – e B.D. (2004).

A qualidade é precisamente essa, a de escrever como quem pinta ou transcreve para uma pauta o que ouve assobiar na rua. O resultado, pretensiosismo à parte, é excepcional.

Expresso

Outros livros do autor:
(teatro)
Universos e frigoríficos (1997)
Arranha-céus (1999)
Escrever, falar (2002)
Figurantes e outras peças (2005)
Octávio no mundo, in Panos (2006)
Silenciador (2008)

(ficção)
Para averiguar do seu grau de pureza (1996)
Azul-turquesa (1998)
2 filmes e algo de algodão (1999)
Abre para cá (2000)
Do sol (2004)
Perfeitos milagres (2007)
Assobiar em público (2008)

(viagens)
Livro usado — numa viagem ao Japão (2001)

“Que seria de Portugal sem Pessoa e sem Camões? Ou da Rússia sem Tolstói, Dostoiévski e Tchékhov? Ou da Irlanda sem Joyce e Beckett? A literatura melhora os países, mesmo quando é para contar suas derrotas e seus horrores – e sobretudo quando conta suas derrotas e seus horrores. Só por burrice um Estado não defende sua literatura. É uma questão de marketing, para não falar de coisas mais elevadas.”

Isabel Rosete

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