domingo, 26 de setembro de 2010

Da ilimitação da "alma" ou de como em todo o lugar nos podemos descobrir como se já lá estivéssemos

“Ordena à tua alma que se transporte para a Índia e eis que, mais rápida que a tua ordem, ela aí será. Ordena-lhe que passe de seguida ao oceano e eis que, de novo, ela aí estará imediatamente, não por ter viajado de um lugar a outro, mas como se já lá se encontrasse. Ordena-lhe mesmo voar para o céu e ela não terá necessidade de asas: nada lhe pode obstar, nem o fogo do sol, nem o éter, nem a revolução do céu, nem os corpos dos outros astros: mas, cortando através de todos os espaços, ela ascenderá no seu voo até ao derradeiro corpo. E se quisesses ainda romper a abóbada do próprio universo e contemplar o que está além (se é que existe alguma coisa para além do mundo) tu podê-lo-ias”

– Hermes Trismegisto, Corpus Hermeticum, I, XI, 19, texto estabelecido por A. D. Nock e traduzido por A.-J. Festugière, Paris,. Les Belles Lettres, 1991, pp.154-155.

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