quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Eu só sei que sou

Eu só sei que sou!
O resto eu não sei
Eu só sei que sou!
Se os outros são ou não são,
Eu não sei
Eu só sei que sou!
Se os outros são mais ou menos que eu,
Mais ou menos o quê?
Isto eu também não sei,
Pois eu só sei que sou
O que será que será?
Eu não sei
Eu só sei que sou
O que eu quero é bom ou ruim?
Eu não sei
Eu só sei que quero
E se quando quero
Acho que devo deixar de querer
Eu deixo de querer
Querer o quê?
Isto eu não sei
Eu só sei que sou!

1 comentário:

Anónimo disse...

Penso, Paulo, que está criada a "Coisa". Baptizada, já foi, cultivada pelos vates e pelos "frates", também...

Interessante, este exemplar de "Entrismo" :)

As características eu já desenhei:

.É puro ritmo;
.É sinal;
.Não precisa de linguagem;
.Não é uma linguagem;
.Não é uma língua;
.É som/Não é sonoridades
.Não faz uso das corresondências;
.Corresponde-se;
.Desconstrução da estrofe;
.Ausência de forma;
.Forma na ausência;
.Não tem princípio nem fim;
.O texto não termina no texto é uma continuidade eterna;
Verso curto;
.Pode alternar com muito longo;
.Miscigenização de assuntos
.Desmetaforização da poética;
.O texto é uma pesquisa;
.É um mergulho no abismo;
.Está fora dentro da paradoxia...
.O texto veste nudez, secura;
.O texto desperta
. O texto é iniciático;
.O texto é entre- órficos e dionisíacos entre-olhar-se...

Parabéns, Val G, por este.

Conheço Poetas que o praticam sem saberem. Não conheço Poesia que o naõ seja...

(Um piscar de olhos ao Paulo, criador de tudo isto...)