quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A morte assoma
Sem aviso,
Sem nada!
Apenas dói!
E como dói até os interstícios da Alma,
Abandonada,
Lançada aos grilhões do corpo
Violada pelas suas ardilosas artimanhas,
Em labirinto,
Sem saída possível…

Mais vale a morte!
Que a Morte venha,
Sem escrúpulos,
Mesmo que à Morte não se perdoe!

Tirando-nos a Vida
Lança-nos nos redutos
Do pó e da miséria
A que, afinal, nos reduzimos!

Vida para além da Morte?
Não sei! Não sei mesmo!
Não insistam mais!
Já disse: NÃO SEI!

E Vós, sabeis?
Claro que não!
Ainda ninguém foi e veio
Do reino dos mortos para no reino dos vivos
Para tais pressuposições tecer...

Nem mesmo Orfeu
Que avista, ao longe,
A tênue e esfumada sombra
Da sua amada,
Para sempre perdia,
Por um simples olhar para trás!

As fronteiras da Vida e da Morte
Não se distinguem mais!
Não se iludam!

Isabel Rosete

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