segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A realidade, comovida, agradece mas fica no mesmo sítio. (Mário Cesariny)



A realidade, comovida, agradece
mas fica no mesmo sítio
(daqui ninguém me tira)
chamado paisagem

[…]

Ela sabe que os pintores
os escritores
e quem morre
não gostam da realidade
querem-na para um bocado
não se lhe chegam muito pode sufocar

Mário Cesariny,
Poema VII de “A Cidade Queimada”, in Titânia e a Cidade Queimada (excerto),
Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1977, pág. 92 e seg.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Já não me bastava ser tido por um lagriminha-fácil, agora ainda descobriram que a realidade também se comove?!!

    Vai-se a ver, e ainda descubro que sou primo da realidade...

    O que me vale é a paisagem, que sempre "fica no mesmo sítio".
    Não se (co)move, portanto.
    Vá lá...!

    (Não me estraguem a paisagem!!)

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