quinta-feira, 26 de novembro de 2009

combate mítico do herói consigo mesmo


3 comentários:

  1. Como golpe que decepasse o que nos encobre,
    desencobre-se-nos a treva que nos vemos,
    contra o fundo que nos é isso:
    apenas fundo - de ser apenas.

    Somos a sombra em que a luz se nos adormenta:
    somos rosto, cara e caravela;
    somos estar, estandarte e a arte disso;
    somos nisso a vela que nos revela e acorda disso,
    em sempre desacordo connosco.

    Quando a lança for o que a lança,
    e o mesmo alvo que se almeja nela,
    vencer-se-nos-á o combate:
    seremos em tudo herói vencido -

    no "combate mítico do herói consigo mesmo":
    ven-seremos!

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  2. Não será já uma derrota, encontrar em si o que combater?

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  3. É uma representação, Paulo e o poema do Donis parece-me que reverte ou reconverte a representação numa aspiração à re-união. Pensei primeiro em outro título: «Jacob e o Anjo». Há um momento no caminho, instante dramático e passagem, em que essa representação é vivida. Levada 'a sério' (como se fosse mesmo um combate) apenas nos deixará exaustos e é, à partida, uma derrota, como dizes.
    Os vossos comentários são seminais. Obrigado.

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