tag:blogger.com,1999:blog-37132080.post2743456269889561509..comments2023-11-07T20:20:33.591+00:00Comments on Revista Cultura Entre Culturas: Universalismo, nacionalismo, patriotismoPaulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-37132080.post-61644047131901990322010-12-27T12:41:38.516+00:002010-12-27T12:41:38.516+00:00Concordo com a pescadinha-de-rabo-na boca raciocin...Concordo com a pescadinha-de-rabo-na boca raciocinante. <br /><br />Mas também concordo com:<br /><br />1. o tirar-lhe a boca do rabo (para não se "viciar" nisso, e supor que é "essência" o que é apenas postura de condicionamento)<br /><br />2. o tirar este daquela (para não imaginar que é fim o que é sequer sem princípio).<br /><br />Diz-se (talvez bem): "Todas as palavras são mentira, mas a verdade reside em dizer a mentira certa à pessoa certa no momento certo." <br />Mas haverá quem diga que mentir reside em dizer a verdade sempre incerta à pessoa por certo incerta no momento certamente incerto. <br />É igual!<br /><br />Todas as palavras que cuidam de "residir em" são simples "ex-plicação" do mundo; logo, mentem (muito sofisticadamente) a si mesmas. Por isso, tenho a vivisecção e a poesia por mais "verdadeiras", perdão, "honestas". <br /><br />Mas isso de "a verdade reside em dizer a mentira certa à pessoa certa no momento certo" parece-me também "suicídio ritual" e incruento de um pobre e desconfortável docente, pela própria impossibilidade de sê-lo.<br /><br />(Ele próprio, é bem sabido, está careca de sabê-lo: talvez por isso está efectivamente... careca! Eu também, mas por outra razão: a de ter a razão de não tê-la. Manias!)<br /><br />Como é difícil a vida neste quintal da lusosanfona!<br /><br />Diz-se ainda: <br />"De outro modo, falamos apenas para nós, ou seja, para ninguém."<br /><br />Eu, cá por mim, acho melhor falarmos para nós, mesmo: para mim, portanto, no caso. Já tive a minha dose de homilias: de mudo para surdos - que se pensam, uns e outros, o contrário disso.<br /><br />Resultado: acabei foi gago! De tanta prédica de ser voz daquilo que a não tem.<br /><br />Só falando assim (para mim, e só: estou a falar "para mim", aqui) acho provável "dizer a mentira certa à pessoa certa no momento certo": eu mesmo! (É "bonito" isto, da parte do MeTheOros!) <br /><br />Nos restantes casos, andaria a "recrutar"(-me) para causas que são apenas para efeitos, mas não me põem a mim (nem a ninguém, aliás) em causa. Que não sejam "os outros", os que "não têm razão".<br /> <br />Está-se (como se diz) cheio de razão, numa causa! <br />Ora bolas! Eu não quero estar cheio de razão: estou cheio (de está-lo)! <br /><br />É (re)confortável compadecer-me de "todos os seres", coisa que parece de, no mínimo, difícil abrangência. <br /><br />O problema é que o resto é "só" activismo (para quando um "apatheísmo"?), que "mobiliza" (ok!) , "mexe" (ok!), "incomoda" (ok!) e "altera" (ok!) o estado "de" coisas, mas não "as" próprias coisas, e o estado "das" coisas: não ok!<br /><br />Pode-se imenso "fazer coisas" (e é bom fazer coisas), mas as coisas acabam, elas sim, por fazer-nos a nós. Não quero!!<br /><br />Para já não falar dos efeitos colaterais, tipo "ui... essa do-eu!" <br /><br /><br />P.S.<br />Lembram-se do "abrac-ismo", há uns tempos atrás? Andava tudo aos abracinhos. Humm...?!<br />Nunca mais se ouviu falar. Era uma "causa" gira, mas... acho que perdeu os "braços para andar"!<br />Mais uma "causa" que ficou pelo caminho: dos "efeitos" (não muito especiais).<br /><br />Bem, e agora vou-me embora, que tenho de ir compadecer-me um bocadicho de mim mesmo (também tenho direito, não tenho?), e depois vou dar-me um abracinho, e tratar de sobreviver a esta lusa "tourada" em que nos atolamos tão branda e miseramente!<br /><br />(Se eu não disser mais nada, entretanto, é porque alguém me enfiou a boca no ... rabo!!) :)))Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-37132080.post-65588403135764080892010-12-27T11:13:40.080+00:002010-12-27T11:13:40.080+00:00O que aprendo e experimento é que só se transcende...O que aprendo e experimento é que só se transcende o bem e o mal quando se visa o bem de todos os seres, que em última instância é o de nos libertarmos de qualquer conceito e finalidade, incluindo o de "seres" e "bem"... Somente isto faz-se/experimenta-se mais do que se diz e, se se diz, que se diga onde e a quem possa ser compreensível e proveitoso: questão de "meios hábeis" e de sábia compaixão. Todas as palavras são mentira, mas a verdade reside em dizer a mentira certa à pessoa certa no momento certo. De outro modo, falamos apenas para nós, ou seja, para ninguém.Paulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-37132080.post-22455508664199438812010-12-26T22:38:17.383+00:002010-12-26T22:38:17.383+00:00ui... essa do-euui... essa do-euAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-37132080.post-18087767591829344462010-12-26T18:20:30.287+00:002010-12-26T18:20:30.287+00:00Hoje, como ontem, talvez haja algum perigo em hipo...Hoje, como ontem, talvez haja algum perigo em hipostasiar-se certos -ismos – em detrimento, ou não, dos seus contrários. <br /><br />Um -ismo, qualquer que ele seja, é sempre um Ismo: uma abstração bem intencionada, por certo, mas quase uma vacuidade intelectiva que se pode encher a contento das circunstâncias e das conveniências. Ainda que pelas causas, razões ou fins mais nobres. Isso não está em discussão, pois isso simplesmente não é discutível.<br /><br />Mas, pergunto: porque há-de ser o uni-versal preferível ao pluri- ou multi-versal, se hoje a ciência (que vale o que vale, e vale pouco) nos apresenta tu-cá-tu-lá multi-(uni)versos "paralelos", como dimensões cuja "intersecção" teria provocado aquilo a que temos chamado BigBang? <br /><br />Porque não então um BigBanguismo, um multiversalismo, um terraquialismo, ou um vialacteanismo?<br /><br />Por outro lado, talvez não se trate tanto de prestar serviço (bom ou mau) a uma qualquer outra abstracção em queda de moda (como a Nação, a Pátria ou a até "a Europa"), mas de... servir. <br />"Tout-court". <br /><br />E servir é provavelmente um "ser-vir" que é, pois, puro efluir de si, sem destinatário - abstracto ou sequer concreto. E sem-porquê e sem para-quê. Ou haverá um porquê para sermos o que somos "para" ser? E precisaremos de um para-quê que nos motive a que sejamos o que somos "para" ser? Creio que não.<br /><br />Pois não há valores maiores e mais elevados do que os outros, e muito menos coisas, seres ou causas mais válidas do que outras.<br /><br />A natureza (e o cosmos) é sem ética e sem moral: não conhece o "bem" ou o "mal". Crowley, "a Besta" e "o Cristo" (se devidamente despojado dos bafientos atavios com que o maquilharam séculos de sotainas e de cúrias) também implicitamente o disseram.<br /><br />Convenhamos: um ditame (seja ele qual for) é sempre uma pequena (auto-)"ditadura". Logo, uma subtil "escravidão", ilusória e vergonhosamente tida por liberdade.<br /><br />Tal como Entr-ismo, aliás: que, aqui, e ali e além, (quase) não ata nem desata! <br /><br />(Cortem a fitinha do "ser-bonzinho e ser-visto-a-sê-lo"! <br />Se a vemos nos outros é porque está mais bem agarrado a nós)<br /><br /><br />"Outros haverão de ter <br />o que houvermos de perder"<br />(F.Pessoa, "Mensagem", Os Colombos)<br /><br /><br />P.S.<br />Deixo aqui Nietzsche, para meu próprio proveito, e de quem outro tanto:<br /><br /><br />"No homem, é ainda o mal a melhor energia. O homem deve tornar-se, a um tempo, melhor e pior.[...] O pior mal é indispensável ao bem."<br /><br />(Friedrich Nietzsche, "Assim falou Zaratustra”, III, Do homem superior, 5)Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.com