domingo, 25 de outubro de 2009

presente perpétuo

Devemos considerar o estado presente do universo como um efeito do seu estado anterior e como causa daquele que se há-de seguir. Uma inteligência que pudesse compreender todas as forças que animam a natureza e a situação respectiva dos seres que a compõem — uma inteligência suficientemente vasta para submeter todos esses dados a uma análise — englobaria na mesma fórmula os movimentos dos maiores corpos do universo e os do mais pequeno átomo; para ela, nada seria incerto e o futuro, tal como o passado, seriam presente aos seus olhos.
LAPLACE, Ensaio Filosófico sobre as Probabilidades
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O Indício perpétuo, do último ponto indeterminável, que para ainda além do infindo, ultrapassa a origem, elevando-a a eterno presente.

4 comentários:

  1. Da junção das teorias do infinitamente pequeno e do infinitamente grande se inicia verdadeiramente, segundo os físicos do século XXI, o estudo da Física e da Ciência.
    A entropia compreendida a essa luz, como uma nova possibilidade para a Física, deixaria boquiaberto o "demónio de Marxwel".

    Um presente perpétuo seria, porventura, o apagamento desse "demónio".

    E também o eterno nascimento de tudo, em novidade, no instante perpétuo.

    Muito aguçadoras da curiosidade estas teorias...

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  2. E no entanto, perdido anda o Homem, gázeo em ver o limite de e para todas as coisas. Chegámos ao culminar da necessidade de serem apresentados esses fins. Se para o inifitamente pequeno, parece ser próxima a indivisível singularidade, para o infinitamente grande, ainda os vislumbres são vastos e alargados, e as teorias que o relacionam parecem ainda indicar um caminho rumo ao inalcansável.

    Vou ler...

    Grato pela partilha, Maria.
    Um abraço.

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  3. Concordo com as tuas palavras, Rui, mas não as vejo deduzidas|deduzíveis das de Laplace.

    Uma inteligência que tudo abrangesse seria mais uma espécie de supermegacomputador que processasse todas as possíveis correlações de tudo.

    Mas não poderia processar as impossíveis: e estas é que dão respaldo àquelas, e nem sequer lhes são ainda a origem ou ante-origem.

    Por isso, se a poesia, na palavra de René Char, é "o amor realizado do desejo que permanece desejo", podemos analogicamente dizer que a filia de sofia é aquela (cons)ciência que intelige o sabor do saber que permanece insasiável, por sempre insoso.

    Quando eros e philia forem como um espiralado caduceu em nós, numa implosão-explosão do "presente" em sempiterna parusia, talvez possamos ser esse indeterminável ponto infinito (núpcias químicas, mágicas e místicas de Hadit e Nuit) que "para ainda além do infindo, ultrapassa a origem, elevando-a a eterno presente".

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  4. E não são Donis, não são.
    Partindo de Laplace, a salto, para o que de incompreendido aflora prosáico por solução ao irresolúvel.

    Juiz e réu desse julgamento sem jurisconsulto soluciona em elevado conclame a resolução por análise combinatória de todas as efemérides...

    Liber hermafrodita espiralado e caducifólio reunido em forma de imparidade unitária, convoluta, discente dos meta-ramos da grande árvore matricial.

    Friamente, é impossível... mas deixo ao que se escreveu, aquilo que só encantado carme alcança.

    Muito grato.

    Um abraço.

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